(ANSA) - As emissões globais de dióxido de carbono, relacionadas à energia, cresceram 0,9% em 2022, menos do que o esperado inicialmente, devido ao aumento da energia verde e das tecnologias, informou a Agência Internacional de Energia (AIE) em relatório divulgado nesta quinta-feira (2).
Segundo o documento, no ano passado, as emissões de CO2 ficaram abaixo do esperado graças ao crescimento em energia solar, eólica, carros elétricos, bombas de combustível, calor e eficiência energética, que ajudaram a limitar os impactos do aumento do uso de carvão e petróleo devido à crise energética.
As emissões de usos energéticos em 2022 aumentaram em 321 milhões de toneladas, atingindo um novo recorde de 36,8 bilhões de toneladas. Deste crescimento, 60 milhões podem ser atribuídos ao aumento da demanda de aquecimento e resfriamento devido a condições climáticas extremas e outros 55 milhões ao fechamento de usinas nucleares em decorrência da escassez de água e necessidades de manutenção.
O relatório aponta ainda que as emissões de combustão para energia cresceram 423 milhões de toneladas, enquanto as dos processos industriais diminuíram 102 milhões de toneladas, devido à redução da produção na China e na Europa.
O crescimento das emissões de 0,9% ficou bem abaixo do crescimento do PIB global de 3,2%. O CO2 do gás natural caiu 118 milhões de toneladas (-1,6%), devido à redução das exportações da Rússia. Mas o aumento das emissões de carvão (243 milhões de toneladas, +1,6%) mais do que compensou a queda das emissões de gás.
O CO2 do petróleo aumentou ainda mais, 268 milhões de toneladas (+2,5%), sendo que metade do crescimento veio da aviação.
O maior aumento de emissões em 2022 ficou por conta da geração de eletricidade e calor - 261 milhões de toneladas (+1,8%) -, especialmente nas economias emergentes da Ásia.
De acordo com o estudo, uma forte expansão das energias renováveis ;;limitou o aumento das emissões do carvão. As fontes limpas representaram 90% do crescimento global na geração de eletricidade no ano passado, enquanto que a energia solar e a eólica aumentaram cerca de 275 terawatts-hora, um novo recorde anual. (ANSA).