(ANSA) - O presidente da Itália, Sergio Mattarella, firmou um apelo direcionado à União Europeia, aos demais países do Mediterrâneo e à comunidade internacional pedindo que reforcem o tema da crise climática em suas agendas políticas.
Além dele, os chefes de Estado de Croácia, Grécia, Malta, Portugal e Eslovênia também são signatários e se comprometeram a apoiar iniciativas conjuntas sobre o assunto.
"Como previsto, a crise climática chegou e atingiu dimensões explosivas, tanto que atualmente já falamos em 'estado de emergência climática'. O secretário-geral das Nações Unidas [António Guterres] definiu a crise atual como 'ebulição global'", inicia o texto.
A declaração destaca que os efeitos são visíveis principalmente na região do Mediterrâneo: "É gravemente atingida e está sob risco imediato, não apenas de escassez de água e eletricidade, mas também de inundações, ondas de calor, incêndios e desertificação. Os fenômenos naturais extremos estão destruindo o ecossistema e ameaçando nossa vida cotidiana".
"Não há mais tempo a perder buscando compromissos por razões políticas ou econômicas. É imperativo agir e tomar decisões urgentes e eficazes. Todos os países do Mediterrâneo devem coordenar e reagir, empreender um esforço coletivo para interromper e inverter os efeitos da crise climática", acrescenta o apelo.
Os mandatários encerram o texto dizendo que é "dever de todos agir nessa direção": "Precisamos adotar políticas concretas.
Sensibilizar a opinião pública, educar e inspirar em todos a ética da responsabilidade ambiental. Não só para o presente, mas também para o futuro de nossos filhos".
A iniciativa de Mattarella repercutiu na classe política italiana, especialmente entre membros de partidos progressistas, de oposição ao governo.
"O apelo não pode ser ignorado. Precisamos do empenho de todos, da ação individual à da Europa e dos governos do mundo todo. A Itália deve fazer a sua parte, começando por uma lei nacional sobre o clima", disse a senadora e porta-voz do partido Ação, Mariastella Gelmini.
O senador líder da Aliança Verde e Esquerda (AVS), Peppe de Cristofaro, também pediu uma lei sobre o tema: "A declaração é um sinal forte que nenhum governo do mundo pode ignorar. O gesto de Mattarella deve ser o farol guia para o nosso país: precisamos de uma lei sobre o clima". (ANSA).