(ANSA) - A empresa italiana Ferrero, dona de marcas como Kinder, Nutella, Ferrero Rocher e Tic Tac, reuniu autoridades e executivos em um fórum em Brasília para discutir sustentabilidade e desenvolvimento, reforçando o compromisso de zerar as emissões de CO2 em sua fábrica no Brasil até 2025.
Em franco crescimento, a companhia faturou cerca de 14 bilhões de euros no último ano fiscal (alta de 10,4% sobre o exercício anterior) e dobrou a receita ao longo de uma década, mas, segundo Max De Simone, CEO da Ferrero para a América do Sul, o compromisso da empresa é sempre assegurar que a expansão aconteça "de forma responsável" em termos ambientais e sociais.
No Brasil, isso se reflete em um projeto de mais R$ 30 milhões - dos quais R$ 8,5 milhões já foram investidos - para descarbonizar a fábrica de Poços de Caldas (MG), maior planta do grupo na região, até 2025.
A primeira etapa do programa foi concluída já em setembro de 2022 e levou a uma redução de aproximadamente 15% das emissões de carbono. As outras duas fases vêm sendo desenvolvidas entre 2023 e o próximo ano e preveem o processo de eletrificação dos equipamentos, o que permitirá a produção com zero emissão de CO2 até 2025 no escopo 1.
Para garantir avanços, em outubro passado, a companhia ainda investiu na inauguração de uma usina fotovoltaica capaz de produzir 152 mil kWh de energia elétrica por ano, o suficiente para abastecer toda a área externa da unidade.
"E a cada ano nós vamos seguindo essa jornada muito importante para fornecer as grandes marcas da Ferrero de uma forma cada vez mais sustentável", explicou De Simone.
Em termos globais, o que inclui 36 fábricas espalhadas pelo mundo e 18 afiliadas, 92% da eletricidade utilizada pelo grupo já é proveniente de fontes renováveis, enquanto 88,5% das embalagens são reutilizáveis, recicláveis ou biodegradáveis - a meta é chegar a 100% em 2025.
"E a gente tem muito orgulho em dizer que 100% do cacau utilizado é certificado, 100% do óleo de palma é certificado, e essa é a nossa forma de contribuir com o desenvolvimento de cadeias sustentáveis", disse o Diretor de Assuntos Corporativos e Sustentabilidade da Ferrero na América do Sul, Fernando Careli.
Um dos exemplos dessa política de aquisição de ingredientes "verdes" está no Chile, onde uma subsidiária agrícola da Ferrero, a Agrichile, desenvolveu uma produção 100% rastreável de avelãs - matéria-prima crucial para o grupo - baseada no consumo responsável de água e na gestão eficiente da irrigação, ajudando o país a se tornar o segundo maior exportador do fruto no mundo.
"É um exemplo de como o empreendedorismo pode criar sistemas sustentáveis e de sucesso dentro das próprias cadeias de abastecimento. Nós nascemos da terra, e a terra é que sustenta nosso modelo de negócios", afirmou De Simone.
O 3º Fórum Ferrero, organizado em parceria com o think tank Esfera, reuniu autoridades dos poderes Executivo e Legislativo, bem como o embaixador da Itália no Brasil, Alessandro Cortese, que disse que o evento foi uma "excelente oportunidade para aprofundar um tema tão relevante como a parceria público-privada para a criação de um modelo de desenvolvimento econômico mais sustentável e respeitoso do meio ambiente".
"Itália e Brasil são países irmãos, mas, para que nossas relações econômicas e comerciais possam continuar a se fortalecer, precisamos fomentar o diálogo entre atores públicos e privados para enfrentar os desafios do futuro, incluindo os ambiciosos objetivos de combate às mudanças climáticas", ressaltou o diplomata. (ANSA)
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