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Prótese de mão feita na Itália consegue sentir calor e frio

Resultado é promissor e não usa eletrodos

Redazione Ansa

(ANSA) - Um estudo italiano fez com que uma prótese de mão conseguisse transmitir sensações de calor e frio sem a utilização de eletrodos ou intervenções cirúrgicas. O foco da pesquisa foi fazer a pessoa perceber essas sensações no estranho diálogo entre o corpo e o membro "fantasma", que muitas pessoas que usam próteses relatam sentir.

Publicado na revista Science, a pesquisa conduzida por Francesco Iberite, da Escola Superior Sant'Anna, de Pisa, contou com apoio de Silvestro Micera, do Sant'Anna e do Politécnico de Lausanne, na Suíça, do Instituto Nacional de Seguros para Infortúnios no Trabalho da Itália (Inail) e da empresa EPFL.

O dispositivo criado pode ser integrado também nas próteses tradicionais e, em alguns anos, pode entrar na venda de equipamentos já acoplados - tanto para tato como para calor.

"Nesses anos, foram desenvolvidos vários métodos para conseguir dar às pessoas amputadas algumas sensações ligadas ao tato. A ideia agora era ver se conseguíamos dar a sensação de temperatura, difícil de tratar, tanto que até hoje era algo que faltava", disse Micera à ANSA.

Ainda conforme o especialista, eles começaram a experimentar dispositivos que são comercializados atualmente e que têm como foco dar a sensação do tato por meio do fenômeno do membro "fantasma". Eles permitem que as pessoas amputadas continuem a receber estímulos, incluindo a dor, ou ter a posição ou sensação de movimento do órgão que não está mais ligado ao corpo.

Há alguns anos, essa sensação era considerada um distúrbio neurológico, mas agora começa-se a acreditar que ela ocorre por conta de uma reorganização não controlada das terminações nervosas.

Iberite cita como exemplo a descoberta de que, no órgão residual de uma amputação - por exemplo, o antebraço no caso de uma mão amputada - é possível encontrar um espécie de mapa de terminações nervosas associáveis a várias partes da mão faltante, ao ponto que o fenômeno "fantasma" "pode ser imaginado como uma espécie de porta de acesso alternativa para transmitir as sensações". (ANSA).
   

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