Esse sistema, que integra o vasto campo da inteligência artificial, é baseado em modelos computacionais inspirados pelo funcionamento do cérebro humano.
Em uma rede neural artificial, os neurônios são representados por nós com valores diferentes e que influenciam um ao outro por meio de conexões similares às sinapses do cérebro humano, tema estudado por Hopfield e Hinton desde a década de 1980.
"John Hopfield criou uma memória associativa que pode armazenar e reconstruir imagens e outros tipos de padrões", disse a Real Academia da Suécia.
A chamada "rede Hopfield" utiliza a física que descreve as características de um material a partir de seu spin atômico - uma propriedade quântica que torna cada átomo um pequeno ímã.
Essa rede é descrita de uma maneira equivalente à energia no sistema de spin encontrado na física e treinada para identificar valores para as conexões entre os nós de forma que as imagens salvas tenham baixa energia.
"Quando a rede Hopfield é alimentada com uma imagem distorcida ou incompleta, ela trabalha metodicamente através dos nós e atualiza seus valores para que a energia da rede caia. A rede, portanto, trabalha passo a passo para encontrar a imagem salva que é mais parecida com a imperfeita com a qual foi alimentada", explicou o instituto.
Hinton, por sua vez, usou a rede Hopfield e física estatística para inventar "um método que pode encontrar propriedades nos dados de forma autônoma e realizar tarefas como identificar elementos específicos em fotos", a chamada "Máquina de Boltzmann".
"A máquina é alimentada com exemplos que muito provavelmente surgirão quando a máquina for executada e pode ser usada para classificar imagens ou criar novos exemplos do tipo de padrão para o qual foi treinada", salientou a Real Academia, acrescentando que o trabalho abriu as portas para o "atual desenvolvimento explosivo do aprendizado de máquina".
"Na física, usamos redes neurais artificiais em uma vasta gama de áreas, como o desenvolvimento de novos materiais com propriedades específicas", diz Ellen Moons, presidente do comitê responsável pelo Nobel.
Hopfield é professor da Universidade Princeton, nos EUA, enquanto Hinton leciona na Universidade de Toronto, no Canadá.
Ambos dividirão um prêmio de 11 milhões de coroas suecas, valor equivalente hoje a R$ 5,85 milhões. (ANSA).
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