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Cinema de 95 anos fecha e vira centro comercial em Milão

Odeon sobreviveu à 2ª Guerra Mundial, mas não à crise financeira

Fechamento do cinema Odeon de Milão encerra uma era

Redazione Ansa

(ANSA) - Por Michela Nana - Pouco depois da meia-noite, ao fim da última projeção, as luzes se apagaram e os últimos espectadores se despediram das poltronas vermelhas de veludo e do teto com detalhes em estilo Art Déco que o tornavam único.

É o fim de uma era: depois de quase 100 anos de honrada atividade, o histórico cinema Odeon, em Milão, primeiro multiplex da capital financeira da Itália, fechou as portas nesta terça-feira (1º).

O local receberá um centro comercial, embora ali perto já exista uma unidade da principal loja de departamentos da metrópole, "La Rinascente".

Inaugurado em 1929, o Odeon começou como teatro, se tornou cinema e em seus anos de atividade não pereceu nem mesmo diante dos bombardeios que atingiram a cidade em 1943, durante a Segunda Guerra Mundial, quando chegou a receber os concertos da orquestra do Teatro alla Scala, danificado pelas bombas.

Mas por fim o cinema, que contava com 10 salas de projeção e mais de 2 mil assentos, encerrou suas atividades, assim como aconteceu com diversos outros no centro de Milão, deixando deserta a avenida Vittorio Emanuele II, que já foi considerada uma pequena Broadway.

Na segunda-feira (31), última tarde de operação, tendo em cartaz "Barbie" e os mais recentes "Indiana Jones" e "Missão: Impossível", o clima era de tristeza entre os poucos frequentadores que decidiram passar a tarde no cinema.

Lorena, de 46 anos, foi ver "Barbie" e sentiu lágrimas nos olhos ao pensar que esse pedaço da história de Milão deixaria de existir no dia seguinte.

"Em Milão, principalmente no centro, todos os cinemas estão fechando. Eu venho aqui desde que era criança. Meus pais me traziam para ver os desenhos da Disney, e quando cresci passei a vir com as amigas", contou.

Outro frequentador, Nicolas, também lamentou: "Quantas memórias temos nessas salas? O fechamento é um grande golpe. E para quê? Para construir o enésimo centro comercial". (ANSA).
   

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