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Exposição em Milão mostra Goya 'da luz à escuridão'

Mostra com 70 obras fica em cartaz até março no Palazzo Reale

Exposição retrata percurso de Goya em 70 obras

Redazione Ansa

(ANSA) - Em cartaz até 3 de março no Palazzo Reale de Milão, a exposição "Goya: a revolta da razão" destaca um percurso artístico marcado pela progressiva conquista da liberdade, além dos rígidos academicismos da pintura de corte e encomendada.

É uma jornada artística que vai da luz à escuridão, dos tons do branco aos do preto, que Francisco Goya experimentou ao longo de sua longa vida (1746-1828), e com isso a exposição já recebeu 30 mil reservas de visitantes.

A mostra conta com cerca de 70 obras do pintor espanhol, em diálogo com algumas das mais importantes gravuras que fizeram de Goya um mestre absoluto nessa arte, juntamente com suas matrizes originais de cobre.

Na segunda parte de sua vida artística, Goya usou gravuras para disseminar suas ideias e revolucionar sua arte, em um estilo que evoluiu até sua morte, o que o tornou o primeiro artista da modernidade.

Das pinturas convencionais de suas primeiras obras, nas quais ele estava praticamente submetido às encomendas, passa-se para as pinturas mais revolucionárias, mas sempre no espírito do racionalismo.

Do primeiro período, é possível admirar obras como o "Autorretrato en el caballete" e "Hércules y Ónfala".

Há também uma seção dedicada ao "Povo se divertindo", retratando crianças brincando, desde touradas até cavalinhos.

Conforme o visitante avança no percurso, as cores dão lugar ao preto e tons sombrios predominam.

"Goya teve uma vida muito longa, enfrentou mudanças e foi o primeiro a representar suas emoções na arte", explicou o curador da exposição, Victor Nieto Alcaide.

"É um artista que viveu em um mundo de mudanças e guerras, e o que o caracteriza é a sensibilidade que teve ao representá-los, com uma pintura estética e intelectual cheia de sentimentos, ao contrário de seus contemporâneos", acrescentou.

As atrocidades da Guerra de Independência Espanhola, o conflito mais longo das Guerras Napoleônicas, são documentadas na obra "Fusilamientos del 2 de mayo" e na série de gravuras "Los desastres de la guerra".

Outro elemento que influenciou Goya e suas obras foi o fato de que, em certo ponto de sua vida, ele ficou surdo, o que de alguma forma o excluiu.

A expressividade prevalece sobre a representação e a cor se torna um elemento arbitrário na série de gravuras dos "Provérbios" ou nos "Caprichos", onde encontra-se o famoso "O sono da razão gera monstros" O curador explicou que no desenvolvimento de sua arte, Goya "abandona progressivamente a cor": "Chegando quase ao preto.

Gradualmente, através da negação da cor, vemos sua transformação. E é esse o valor que torna Goya ainda relevante, pois ele conseguiu fazer da arte uma forma de protesto, por meio de sua linguagem expressiva sempre crítica." (ANSA).
   

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