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Velocista italiana será 1ª trans a competir nas Paralimpíadas

País europeu foi um dos pivôs do caso envolvendo imane Khelif

Atleta foi diagnosticada na adolescência com a doença de Stargardt

Redazione Ansa

Um dos pivôs da polêmica sobre a sexualidade da boxeadora argelina Imane Khelif durante as Olimpíadas de Paris, na França, a Itália será responsável pela primeira atleta transgênero a competir nos Jogos Paralímpicos.
    A velocista Valentina Petrillo, de 50 anos, defenderá a Azzurra na categoria T12, para deficientes visuais, nos 200 e 400 metros.
    A atleta foi diagnosticada na adolescência com a doença de Stargardt, que afeta a visão central e provoca dificuldades na percepção de detalhes e cores.
    Em entrevistas anteriores, Petrillo revelou que tem dificuldades para identificar as linhas pintadas na pista de atletismo, principalmente em dias chuvosos.
    Antes de passar pelo processo de transição, ocorrido em 2019, a italiana corria em provas masculinas, tendo vencido 11 títulos nacionais. Já no feminino, a velocista faturou dois bronzes no Mundial de Atletismo Paralímpico, em 2023.
    Andrew Parsons, presidente do Comitê Paralímpico Internacional (CPI), declarou que a entidade está contente pela participação da atleta e preparada para possíveis críticas. O brasileiro lembrou que a World Para Athletics aprovou a participação de Petrillo e garantiu que ela "será recebida como qualquer outra atleta".
    Há pouco mais de um ano, dezenas de associações de mulheres chegaram a pedir ao Comitê Paralímpico da Espanha (CPE) para que contestasse a vaga de Petrillo em Paris, pois a italiana eliminou a espanhola Melani Bergés por oito centésimos.
    A histórica participação da velocista acontece pouco tempo depois de todo o caso que girou em torno de Khelif, iniciado após o sorteio que colocou a italiana Angela Carini e a argelina frente a frente nas oitavas de final do boxe feminino. Na ocasião, vários ministros do governo da nação europeia criticaram o combate e colocaram em dúvida o fato de a pugilista ser mulher.
    O vice-premiê e ministro da Infraestrutura, Matteo Salvini, chegou a chamar Khelif de "homem", enquanto a própria Meloni disse que o combate não se daria entre "iguais". Carini acabou desistindo da luta em menos de um minuto, após ter levado um soco no nariz.
    No entanto, o episódio desencadeou uma onda de ataques a Khelif por parte da extrema direita global, inclusive com o endosso de Musk e de Rowling. (ANSA).
   

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