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Doping de Sinner levanta questionamentos no mundo esportivo

Episódio envolvendo tenista deixou mais perguntas que respostas

Tirolês testou positivo duas vezes para o anabolizante clostebol, mas foi poupado de uma suspensão

Redazione Ansa

O caso de doping do tenista italiano Jannik Sinner, atual número 1 do mundo, segue causando polêmica ao redor do mundo. Diversos veículos de comunicação estrangeiros questionaram o fato de o atleta ter escapado do episódio sem uma punição severa.
    O tirolês testou positivo duas vezes para o anabolizante clostebol, mas foi poupado de uma suspensão por ter comprovado que ingeriu a substância acidentalmente através de um creme usado por um de seus massagistas para tratar um machucado nas mãos.
    O francês "L'Équipe" analisou que o caso envolvendo o multicampeão levantou "inúmeras perguntas", pois Sinner foi inocentado somente cinco meses depois de ter sido flagrado nos exames. O periódico acrescentou que o episódio foi um "segredo bem guardado".
    O "Marca", por sua vez, adotou um tom irônico em sua cobertura e recordou da grande quantidade de questionamentos do mundo do tênis, inclusive de atletas, como Nick Kyrgios, Denis Shapovalov e Lucas Pouille.
    Em terras britânicas, o "Daily Telegraph" foi severo em sua avaliação do caso, dizendo que "os controladores de doping no tênis perderam toda a credibilidade pelo silêncio sobre Sinner".
    "A absolvição do italiano leva a se perguntar se há uma lei para superestrelas e outra para jogadores normais", escreveu o diário.
    Os ex-tenistas brasileiros Fernando Meligeni e Jaime Oncins também criticaram a decisão da Agência Internacional de Integridade do Tênis (ITIA).
    "Ao ler a declaração do Sinner, senti revolta, tristeza e vergonha. Entendo o ocorrido, até posso acreditar, mas será que é o mesmo discurso que tantos outros ouviram? Me fez lembrar o livro do [Andre] Agassi, onde ele diz que a entidade sabia do seu doping, mas nada fez. Outra vez? O discurso é bonito. E aqueles que foram inocentados, mas ainda assim pegaram 3 meses, 6 meses ou até um ano de suspensão?", escreveu Meligeni.
    "ATP e a ITIA deixam bem claro que a regra e a rigidez não são as mesmas para todos. Quem aqui em sã consciência tem alguma dúvida que se a mesma coisa acontecesse com um jogador sul-americano esse não seria punido de uma maneira exemplar? Jogadores no passado expostos e penalizados, imagino o que devem estar pensando agora", analisou Oncins.
    Em outras modalidades esportivas, o clostebol foi responsável pelas suspensões da brasileira Maurren Maggi, em 2004, que utilizou um creme cicatrizante que tinha a substância depois de uma sessão de depilação, e do italiano Stefano Agostini, em 2013.
    A ex-saltadora e velocista, medalhista de ouro no salto em distância das Olimpíadas de 2008, em Pequim, pegou um gancho de dois anos, enquanto o ex-ciclista permaneceu um ano e três meses afastado. (ANSA).
   

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