(ANSA) - O número de pedidos para contratar trabalhadores estrangeiros de fora da União Europeia (UE) na Itália, sob o sistema de cotas para 2023, superou a quantidade de vagas disponíveis quando as inscrições online foram abertas nesta segunda-feira (27), no chamado "Click Day".
De acordo com o Ministério do Interior, mais de 240 mil solicitações foram feitas por migrantes até às 19h (horário local). Isso é cerca de três vezes mais a cota prevista pelo governo, que é de 82.705 vagas.
Mesmo com o alto fluxo de pedidos, os migrantes ainda têm até 31 de dezembro de 2023 para apresentar a inscrição, apesar de as solicitações serem examinadas por ordem cronológica.
"Hoje, abriu o 'click day', são 82 mil cotas, sabemos que há mais solicitações, mas estamos falando de atividades que não sejam cotas sazonais ou formativas. Vamos monitorar a situação, o governo, com certeza, está atento ao assunto e estamos olhando para um planejamento mais amplo para entender se teremos que intervir novamente", afirmou a ministra do Trabalho da Itália, Marina Elvira Calderone.
Mais cedo, a Confederação-Geral dos Cultivadores Diretos (Coldiretti) explicou que o aumento da demanda é uma indicação da falta de mão de obra em vários setores e pediu que a cota de entrada fosse elevada.
O decreto sobre os fluxos migratórios para 2023, aprovado no final do ano passado, fixou um total de 82.705 vagas e incluiu diferentes tipos de funcionários entre trabalhadores assalariados, sazonais e freelancers.
Das novas entradas em 2023, 44 mil são cotas para trabalho sazonal na agricultura e no setor hoteleiro e turístico. As principais organizações agrícolas dizem, no entanto, que esse número é baixo.
"No campo, com a chegada da primavera, são necessários pelo menos 100 mil trabalhadores para suprir a escassez de mão de obra que atingiu duramente o campo no ano passado com a perda significativa de safras", declarou o presidente da Coldiretti, Ettore Prandini, pedindo uma nova medida.
Em 2022, o decreto de fluxo havia fixado o número de entradas em 69.700. (ANSA).