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UE diz ter consenso por pausa humanitária no Oriente Médio

Solicitação da ONU é discutida por chanceleres europeus

Ajuda humanitária aguarda para passar pela passagem de Rafah para Gaza

Redazione Ansa

(ANSA) - O alto representante da União Europeia para Política Externa, Josep Borrell, afirmou nesta segunda-feira (23) que há consenso entre os países-membros do bloco para pedir uma pausa humanitária no conflito no Oriente Médio.

As declarações foram dadas em Luxemburgo, onde ocorre uma reunião de dois dias com os ministros das Relações Exteriores da União Europeia.

Segundo Borrell, no Cairo, onde houve uma cúpula de paz no final de semana, "falou-se de uma redução da violência, mais que de uma pausa": "Ou seja, de um objetivo mais ambicioso, porque a pausa significa a interrupção de algo que depois é retomado, um cessar-fogo é um acordo mais amplo entre as partes".

"A pausa humanitária não pode ser decretada pela UE, no máximo podemos favorecer. Quem deve conduzir são as partes do conflito", ressalvou.

Citando as palavras do presidente americano, Joe Biden, que vem pedindo que Israel respeite as leis de guerra, Borrell afirmou: "Não se obtém a paz para o futuro infligindo às crianças de Gaza os mesmos sofrimentos das israelenses.

Todo direito tem limites, não pode haver corte de água e eletricidade, já repetimos isso, assim como condenamos firmemente os ataques brutais do Hamas".

"O mais importante agora é pedir a entrega de ajuda humanitária a Gaza. É crucial que chegue combustível, de maneira que façam funcionar a central elétrica e a planta de dessalinização, porque sem eletricidade e água os hospitais não podem trabalhar", apelou o comissário.

"A pausa humanitária pedida pela ONU também serve para levar os reféns para casa. Os ataques a míssil do Hamas devem parar, e os reféns devem ser libertados, fazendo recomeçar o processo político de paz, esquecido há tempo demais por parte das grandes potências", acrescentou.

Borrell ainda fez um paralelo entre o conflito no Oriente Médio e a guerra entre Rússia e Ucrânia: "Têm raízes e consequências diferentes, mas causam igualmente um terremoto no mundo todo. A Rússia está tirando vantagem da situação. Devemos estar atentos a demonstrar a mesma preocupação por todos os civis mortos".

"Damos forte apoio a Israel porque sofreu um dos ataques mais fortes contra o povo hebraico, mas devemos também levar em consideração a morte dos palestinos, que também são vítimas do Hamas. A Ucrânia não está mais no centro da atenção da mídia mas não sumiu da realidade", disse.

ONU

O Alto Comissário das Nações Unidas para dos Direitos Humanos, Volker Turk, pediu um "imediato cessar-fogo humanitário" em Gaza, convidando os líderes a fazer "escolhas corajosas".

"O primeiro passo deve ser um cessar-fogo humanitário imediato, que salve as vidas dos civis fornecendo ajuda humanitária rápida e eficaz a Gaza", declarou.

Reféns

A ala militar do Hamas liberou outros dois reféns israelenses. A informação foi divulgada pelo porta-voz Abu Obeida, no Telegram. Segundo ele, a mediação foi feita por Egito e Catar. “Decidimos soltá-los para satisfazer razões humanitárias”, afirmou.

Israel também confirmou a liberação de duas mulheres.

Algumas redes de televisão egípcias, como a AlQAhera News, transmitiram ao vivo as imagens das duas mulheres, duas idosas transportadas em ambulâncias, onde foram avaliadas por médicos.

Uma fonte da segurança egípcia informou à ANSA que alguns prisioneiros com dupla nacionalidade detidos pelo Hamas seriam libertados ainda nesta segunda-feira (23), na passagem de Rafah.

Depois, cada um deve ser entregue à embaixada de seu respectivo país.

A mesma fonte destacou que já foram enviadas ambulâncias à passagem.

No momento não há confirmações oficiais nem por parte de Israel nem do Hamas, mas a rede de TV Al Arabiya também informa sobre a soltura iminente de cerca de 50 pessoas.

O ministro da Energia de Israel, Israel Katz, disse ao jornal alemão Bild que seu país não atrasará a incursão por terra na Faixa de Gaza por causa dos reféns.

"Israel fará de tudo para levar os reféns para casa, mas isso não poderá atrasar as operações, incluindo a entrada por terra, se decidirmos fazê-lo. O Hamas quer que foquemos nos reféns para que o Exército não entre e destrua suas infraestruturas. Isso não acontecerá", declarou.

(ANSA).
   

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