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Justiça da Itália condena 8 por avalanche no hotel Rigopiano

Famílias de vítimas manifestaram indignação por sentença

Hotel Rigopiano sofreu avalanche em 2017

Redazione Ansa

(ANSA) - Um tribunal de apelação condenou oito pessoas e absolveu outras 22 no processo sobre avalanche sobre o hotel Rigopiano, em Farindola, que deixou 29 mortos no dia 18 de janeiro de 2017.

Na sentença, os juízes da capital regional L'Aquila confirmaram as condenações emitidas em primeira instância contra o prefeito de Farindola, Ilario Lacchetta; os dirigentes da província de Pescara Paolo D'Incecco e Mauro Di Blasio; o técnico Giuseppe Gatto, redator de um relatório técnico sobre o pedido de socorro feito pelo Rigopiano; e o ex-gerente do hotel Bruno Di Tommaso.

Três pessoas absolvidas em primeira instância foram consideradas culpadas: o ex-prefeito de Pescara Francesco Provolo, seu ex-chefe de gabinete Leonardo Bianco, e um técnico municipal de Farindola.

Provolo recebeu uma sentença de um ano e oito meses por falsificação e omissão de atos oficiais.

Em 18 de janeiro de 2017, às 16h49 (horário local), uma avalanche assolou e destruiu o luxuoso resort na Cordilheira dos Apeninos, provavelmente causada por três fortes terremotos que haviam atingido a região de Abruzzo na mesma manhã.

A tragédia provocou 29 mortos, e nove pessoas foram resgatadas com vida dos escombros - outros dois homens escaparam porque estavam fora do Rigopiano no momento do deslizamento.

O Ministério Público abriu inquéritos para apurar suspeitas que iam desde construção abusiva até falhas na prevenção de avalanches e no resgate dos hóspedes e funcionários.

Apenas 11 atingidos sobreviveram e os socorristas chegaram ao local várias horas após a avalanche, tendo que viajar a pé porque as estradas estavam bloqueadas por neve.

Em fevereiro de 2023, o julgamento de primeira instância causou indignação e os parentes dos mortos gritaram palavras como "vergonha", "vendidos" e "assassinos".

Apesar da revisão, Egidio Bonifazi, pai do recepcionista Emanuele, de 31 anos, que morreu na tragédia, afirmou que a justiça não foi feita: “Essa sentença marca a morte da prevenção na Itália. Eu senti muita confusão. Estou muito amargurado porque os principais culpados não foram punidos”.

Alessio Feniello, pai de Stefano, outra vítima de 28 anos, afirmou: “Esperávamos mais: a condenação da região e da província. Não acho normal condenar um técnico municipal e o ex-prefeito por falsidade. Outras pessoas deveriam ter sido condenadas. Se todos tivessem recebido prisão perpétua hoje, não teria mudado nada para mim. Eu poderia olhar para a foto do meu filho e dizer que fiz o meu dever de lhe dar justiça", acrescentou.

(ANSA).
   

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