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Europa reage a declarações do Papa sobre Ucrânia

Alemanha disse que chanceler não concorda com pontífice

Papa Francisco com bandeira da Ucrânia em evento no Vaticano, em abril de 2022

Redazione Ansa

(ANSA) - O pedido do papa Francisco para a Ucrânia ter "coragem de negociar" a paz com a Rússia segue repercutindo na Europa, em meio à relutância de Kiev em seguir os conselhos do pontífice.

"A paz está nas mãos de Putin. Nós queremos uma paz justa, que leve em consideração a vítima dessa guerra, ou seja, a Ucrânia", declarou um porta-voz do Serviço de Ação Externa da União Europeia nesta segunda-feira (11), ao ser questionado sobre as palavras do líder católico.

Já o porta-voz do governo da Alemanha, Steffen Hebestreit, disse que o chanceler Olaf Scholz "não está de acordo com o Papa neste tema". "A Ucrânia está se defendendo de um agressor, e nós, assim como outros países, a apoiamos nesse esforço", acrescentou.

 As declarações de Francisco foram dadas em entrevista à emissora estatal suíça RSI, a quem o pontífice afirmou que é preciso ter "coragem de levantar a bandeira branca e negociar" quando as coisas "não caminham bem".

"Você tem vergonha, mas vai esperar quantas mortes? Não tenham vergonha de negociar antes que a coisa piore", salientou o líder católico, fazendo a ressalva de que conversar "nunca é uma rendição".

Em resposta, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse no domingo (10) que a verdadeira Igreja está "protegendo a vida e a humanidade, ao lado das pessoas, e não em algum lugar a 2,5 mil quilômetros, mediando virtualmente entre alguém que deseja viver e alguém que deseja te destruir" - 2,5 mil km é a distância entre Kiev e o Vaticano.

"Os assassinos e torturadores russos não se deslocam pela Europa somente porque são contidos pelos ucranianos sob a bandeira azul e amarelo", ressaltou o mandatário.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, por sua vez, afirmou nesta segunda que o apelo do Papa por uma solução negociada é "bastante compreensível", mas foi "rechaçado de forma severa por parte do regime de Kiev". (ANSA)

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