AnsaFlash

'Origem brasileira não anula italianidade', diz miss na Itália

Glelany Cavalcante foi alvo de xenofobia após vencer concurso

Glelany Cavalcante vai representar a Itália no Miss Universo

Redazione Ansa

A ítalo-brasileira Glelany Cavalcante, que tem sido alvo de ataques xenofóbicos nas redes sociais após br/brasil/noticias/moda_e_sociedade/2024/09/19/italo-brasileira-vence-miss-universo-italia-e-sofre-xenofobia_1e79f8bd-0d61-4f18-b2f0-296f1053219c.html" target="_blank" rel="noopener">vencer o concurso Miss Universo Itália 2024, afirmou nesta segunda-feira (24) que vê as ofensas como uma oportunidade para dar voz aos imigrantes no país europeu.
    "Me sinto atacada como mulher e como italiana por estas pessoas de mentes fechadas", declarou a modelo em entrevista à ANSA. Segundo ela, caso tivesse vencido o concurso no Brasil, também receberia críticas, mas por morar há nove anos na Itália, onde é casada com um italiano.
    Cavalcante, 30 anos, nasceu na Bahia, cresceu em Brasília e é bisneta de um nativo da região da Toscana, o que lhe garantiu a cidadania italiana pelo princípio do "jus sanguinis" ("direito de sangue").
    "Não nego minha origem brasileira, mas isso não anula a minha italianidade", disse ela, que também questiona o conceito de "ser italiano", tema que ocupou o noticiário político nas últimas semanas devido a propostas para mudar as regras de cidadania em benefício de filhos de imigrantes.
    "Uma criança que nasce na Itália, filha de pais estrangeiros, e cresce no país não é italiana? Então quais seriam suas referências?", indaga a ítalo-brasileira.
    Após ser eleita Miss Universo Itália, a modelo foi alvo de comentários preconceituosos nas redes sociais. "Onde vocês estavam com a cabeça? Com tantas belezas originais italianas, quem deixamos vencer? Uma brasileira!", escreveu uma usuária na página da ganhadora. "Que italiana tem aquela cor?", escreveu outro internauta.
    No entanto, segundo Cavalcante, que está na fase final do curso de publicidade na Universidade de Perugia, os jurados analisaram não apenas a beleza física das candidatas, mas também outros quesitos como "educação, postura, elegância, respeito e empatia", além de "preparo emocional" e da representação dos "valores e da cultura italiana". "Sou merecedora da vitória", assegurou.
    A miss contou que em uma etapa na qual as candidatas deveriam escolher um traje para desfilar, as concorrentes apostaram em um terno, enquanto ela usou uma camiseta de autoria própria com a seguinte frase da ativista feminista americana Audre Lorde (1934-1992): "Não serei livre até que todas as mulheres sejam, ainda que suas prisões sejam diversas da minha".
    "Vou levar para o concurso [de Miss Universo] no México [em 16 de novembro] diversos temas, dentre eles o empoderamento feminino e o multiculturalismo", afirmou Cavalcante. (ANSA).
   

Leggi l'articolo completo su ANSA.it