(ANSA) - Um estudo internacional divulgado nesta semana mostrou que, em 2021, as temperaturas dos oceanos bateram recorde de calor pelo sexto ano consecutivo.
Publicado na revista Advances in Atmospheric Sciences, o relatório reuniu 23 pesquisadores de 14 instituições de China, Estados Unidos e Itália e diz que a marca foi alcançada apesar do fenômeno La Niña, que tende a resfriar as águas do Pacífico, maior oceano do planeta.
O estudo utiliza duas medições: uma feita pelo Instituto de Física Atmosférica da Academia Chinesa de Ciências (IAP/CAS) e outra do Centro Nacional de Informações Ambientais da Administração Oceânica Atmosférica Nacional dos EUA (Ncei/Noaa).
De acordo com a primeira, os oceanos da Terra absorveram 237 zettajoules de calor em 2021, 14 a mais do que em 2020, ano que detinha o recorde anterior. Cada zettajoule equivale a 1 sextilhão (o número 1 seguido de 21 zeros) de joules, unidade de medição de energia térmica.
Já o Ncei/Noaa mostrou um aumento de 16 zettajoules em 2021 (de 211 para 227). Para efeito de comparação, apenas a diferença de calor absorvido entre 2020 e 2021 é equivalente à energia da explosão de sete bombas atômicas por segundo ao longo de todo o ano.
"O aumento da concentração de gases do efeito estufa na atmosfera em função de atividades humanas retém o calor dentro do sistema climático e eleva o conteúdo de calor nos oceanos", diz o estudo.
"O aquecimento de longo prazo é maior nos oceanos Atlântico e Antártico do que em outras regiões e é atribuído principalmente, por meio de simulações de modelos climáticos, a um aumento nas concentrações antropogênicas [originadas pelo ser humano] de gases do efeito estufa", acrescenta.
Dos sete domínios oceânicos analisados pelo estudo, quatro apresentaram recorde de calor em 2021: Atlântico Norte, Antártico, Pacífico Norte e Mediterrâneo.
Segundo Simona Simoncelli, pesquisadora do Instituto Nacional de Geofísica e Vulcanologia da Itália (INGV) e uma das autoras do trabalho, oceanos cada vez mais quentes criam as condições para "tempestades e furacões mais violentos e numerosos, combinados com períodos de calor extremo em zonas cada vez mais amplas".
"A água mais quente também é menos rica em oxigênio e influencia na cadeia alimentar", disse Simoncelli. (ANSA)
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