(ANSA) - Quatro anos após lançar sua "greve escolar pelo clima", a ativista sueca Greta Thunberg disse nesta segunda-feira (7) que está pronta para passar o "megafone" na luta contra as alterações climáticas.
Em entrevista à agência de notícias sueca TT, a jovem de 19 anos declarou que "o mundo precisa de novas perspectivas". "Devemos ouvir os relatos e experiências das pessoas mais afetadas pela crise climática. É hora de entregar o megafone para aqueles que realmente têm histórias para contar", disse ela.
Depois de exortar o público nos últimos anos a "ouvir a ciência", Greta ressaltou que "a falta de conhecimento entre as pessoas mais poderosas do mundo é chocante".
"Algumas coisas que os líderes mundiais e os chefes de Estado dizem quando o microfone está desligado são difíceis de acreditar", prosseguiu ela, exemplificando que, "se soubesse o que estava a concordar ao assinar o acordo de Paris, eu nunca teria assinado".
Há quatro anos, o protesto "Fridays For Future" realizado em frente ao Parlamento sueco se transformou em um grande movimento global que envolveu milhões de jovens e provocou um amplo debate sobre os perigos da mudança climática.
No entanto, Greta explicou que, com o tempo, entendeu que a crise climática já está tendo consequências devastadoras na vida das pessoas.
"Por isso, torna-se ainda mais hipócrita quando as pessoas na Suécia, por exemplo, dizem que temos tempo para nos adaptar e não temos que temer o que acontecerá no futuro", enfatizou a ativista.
Em relação à Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP27, na cidade Sharm El-Sheik, Greta criticou o evento, classificando-o como uma tentativa de "greenwashing", e pediu um debate sério sobre o clima para proteger as próximas gerações.
De acordo com a ativista, suas conversas com líderes mundiais a deixaram pessimista sobre sua capacidade de progredir na questão climática.
A jovem sueca está no último ano do ensino médio em Estocolmo e disse que ainda não decidiu o que fará depois de se formar.
"Vamos ver. Se eu tivesse que escolher hoje, escolheria continuar meus estudos. De preferência algo que tenha a ver com problemas sociais", concluiu. (ANSA).