(ANSA) - O presidente do Egito, Abdel Fattah al-Sisi, abriu oficialmente nesta segunda-feira (7) a 27ª conferência climática da ONU, a COP27, que acontece no balneário de Sharm el-Sheikh.
O evento ocorre em meio a um clima de urgência pelos efeitos do aquecimento global, mas sem perspectiva de grandes avanços.
Em seu discurso, Sisi, cujo governo autocrático é acusado de perseguir dissidentes e violar direitos humanos, ressaltou que a cúpula está cercada de expectativa e que os "desastres climáticos" estão aumentando a cada dia.
Além disso, salientou que "não é impossível" atingir objetivos ambientais se houver "um desejo verdadeiro". Por sua vez, o secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu um "pacto de solidariedade" entre países ricos e emergentes e lembrou que a crise climática é o "desafio central do nosso século".
"Mas estamos perdendo. As emissões crescem, e as temperaturas globais aumentam", declarou. Um dos principais temas em discussão é a criação de um fundo para indenizar países em desenvolvimento por perdas e danos provocados pela crise climática, mas essa ideia encontra resistência nas nações ricas.
Além disso, o fundo de US$ 100 bilhões por ano para ajudar emergentes a se descarbonizar, instrumento previsto no Acordo de Paris e que deveria ter entrado em vigor em 2020, ainda não saiu do papel.
"Peço um pacto histórico entre as economias desenvolvidas e as emergentes, um pacto de solidariedade climática, um pacto em que todos os países façam um esforço a mais para reduzir as emissões nesta década, em linha com o objetivo de 1,5ºC", disse Guterres.
Segundo ele, obter resultados "concretos" na questão das perdas e danos será um "teste decisivo para o compromisso dos governos com o sucesso da COP27".
Aliança contra a estiagem
Em meio a secas sem precedentes na Europa, o premiê de Portugal, António Costa, apresentará nesta segunda-feira a Aliança Internacional pela Resiliência contra a Estiagem (Idra, na sigla em inglês).
A iniciativa foi pensada por Espanha e Senegal e buscará promover medidas mais eficazes de prevenção e adaptação à cada vez mais acentuada escassez de recursos hídricos.
Já o presidente da França, Emmanuel Macron, indicou que pressionará os "países ricos não-europeus" a pagar sua parte para ajudar as nações pobres. "Devemos fazer com que os Estados Unidos e a China estejam verdadeiramente presentes", declarou, acrescentando que a Europa não pode ser a "única a pagar". (ANSA)
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