(ANSA) - A ministra da Cooperação Econômica e do Desenvolvimento da Alemanha, Svenja Schulze, anunciou nesta segunda-feira (30) um investimento de cerca de 202,4 milhões de euros em ações ambientais no Brasil.
A divulgação ocorre em preparação à visita oficial do chanceler Olaf Scholz ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Dentre as atividades beneficiadas, está a volta oficial dos alemães ao Fundo Amazônia, com um aporte de 35 milhões de euros, confirmando o que havia sido divulgado logo após a posse de Lula no início desse mês.
Ao lado de Schulze na coletiva, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou que parte do valor do Fundo será usada para lidar com a grave crise humanitária que atinge a Terra Indígena Yanomami.
"Os recursos serão deslocados para ações emergenciais e essas ações estão sendo tratadas em vários níveis, que envolvem as questões de saúde, o tratamento ao problema grave da fome, a parte da segurança [...] e isso tem a ver com as operações contra o garimpo criminoso dentro dessas comunidades", disse Marina.
A ministra ainda acusou o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro de ter "uma atitude genocida" contra as populações indígenas brasileiras e disse que o "governo federal está agindo emergencialmente diante de uma situação difícil".
Medidas
Além dos 35 milhões de euros para o Fundo Amazônia, criado em 2008 para financiar diversos tipos de ações ambientais, o dinheiro alemão será dividido em:
- 29 milhões de euros em subsídio ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Banco de Desenvolvimento alemão (KfW) em apoio a um fundo garantidor de eficiência energética para pequenas e médias empresas;
- 5,37 milhões de euros para parceria entre a empresa federal alemã GIZ com o Ministério de Minas e Energia para projeto de consultoria para o fomento de energias renováveis na indústria e setor de transportes;
- 13,1 milhões de euros em subsídios do KfW para projeto de reflorestamento de áreas degradadas como forma de apoiar pequenos agricultores;
- 80 milhões de euros do KfW em empréstimos a juros reduzidos, por meio do Banco do Brasil, para agricultores terem acesso a linhas de créditos para reforçar suas terras;
- 31 milhões de euros em subsídios do KfW com o Ministério do Meio Ambiente para apoiar os estados da Amazônia na implementação de "ações ambiciosas" para uma maior proteção das florestas;
- 9 milhões de euros com dois projetos da GIZ com o Ministério da Agricultura, bem como a contribuição multilateral ao Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (IFAD), para o apoio às cadeias de abastecimento sustentáveis. (ANSA).