(ANSA) - Pela primeira vez, uma missão científica conseguiu medir a emissão de gases que causam o efeito estuda vinda do derretimento do permafrost da Antártida e como isso pode ter um papel-chave no futuro climático do planeta.
Chamado de projeto Seneca, um acrônimo em inglês para Fonte e Impacto de Gases Estufas na Antártida, o grupo é financiado pelo Programa Nacional de Pesquisas na Antártida e coordenado por Livio Ruggiero, do Instituto Nacional de Geofísica e Vulcanologia da Itália (INGV), em colaboração com a Nova Zelândia.
"O nosso projeto queria verificar a presença de gases de efeito estufa em solos livres de neve na região antártica e medir a quantidade e as emissões, informações que até hoje ninguém nunca tinha colhido", disse Ruggiero à ANSA.
O que era conhecido era que as mudanças climáticas das últimas décadas levaram gradualmente ao descongelamento dos terrenos em latitudes muito altas (permafrost), nos quais ficaram presas grandes quantidades de CO2 e metano.
Mas, enquanto são bens estudadas e monitoradas as emissões que estão ocorrendo no hemisfério Norte, em particular em grandes áreas da Rússia e do Canadá, até hoje não haviam dados na Antártida.
"Até agora, acreditava-se que na Antártida, onde áreas não cobertas por neve ou gelo são limitadas, mas estão destinadas a crescer, não emitiam gases do efeito estufa - mas nós observamos que não é assim. Não são os grandes volumes como acontece no hemisfério norte, mas as emissões da Antártida nunca haviam sido levadas em consideração nos modelos climáticos", pontuou ainda Ruggiero.
A ação do projeto Seneca articulou-se em três anos de análises em uma pequena porção do território local. Ela descobriu ainda algumas dinâmicas geofísicas desconhecidas que poderiam ter um impacto em escala muito maior do que o prevista. (ANSA).