(ANSA) - Um estudo do Instituto Nacional de Geofísica e Vulcanologia (INGV) fez uma espécie de tomografia sísmica em toda a península italiana e descobriu detalhes do nascimento dos Alpes e também dos Apeninos.
A pesquisa, publicada no Journal of Geophysical Research, conseguiu fazer um mapa tridimensional de toda a região com uma profundidade de 80 quilômetros, dando novos detalhes sobre todo o perfil atual do território.
O equipamento usado é parecido com o que uma Tomografia Axial Computadorizada (TAC) faz no âmbito médico. Ele consegue estudar como se propagam as ondas sísmicas de tal forma que identifica as zonas em que ela avança rapidamente, associada a rochas densas e frias, e outras mais lentas, compostas de pedras menos densas e mais quentes.
A tomografia sísmica consegue ter imagens tridimensionais do interior da Terra como o TAC médico faz a reconstrução o interior do corpo humano com uso de raios X.
"Partimos do registro dos terremotos detectados pela estação da Rede Sísmica Nacional do INGV e de outros locais em uma rede sísmica muito densa instalada no arco alpino no âmbito do projeto europeu AlpArray", explica a doutoranda da Universidade Roma Tre, que atua com o INGV e liderou o estudo, Irene Menichelli.
"Dessa maneira, nós elaboramos modelos capazes de descrever a propagação das ondas sísmicas no interior da litosfera [a pare mais superficial, fria e rígida de nosso planeta] e de oferecer uma representação homogênea da estrutura tridimensional de toda a região italiana", acrescenta.
As imagens em 3D permitem compreender melhor os mecanismos que se produzem por baixo das cadeias montanhosas italianas e as tipologias das rochas envolvidas.
"Os resultados colocam em evidência que os Alpes derivam da subsidência da placa europeia por baixo da africana, enquanto por baixo dos Apeninos está a placa adriática que entra no manto terrestre", conclui. (ANSA).