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Lula critica 'neocolonialismo verde' e cobra países ricos

Presidente pediu união de países com florestas tropicais

Lula durante Cúpula da Amazônia, em Belém

Redazione Ansa

(ANSA) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou nesta quarta-feira (9) o que chamou de "neocolonialismo verde" dos países desenvolvidos, durante discurso na Cúpula da Amazônia.

"Não podemos aceitar um neocolonialismo verde que, sob pretexto de proteger o meio ambiente, impõe barreiras comerciais e medidas discriminatórias e desconsidera nossos marcos normativos e políticas domésticas", disse Lula.

"O que precisamos para dar um salto de qualidade é de financiamento de longo prazo e sem condicionalidades para projetos de infraestrutura e industrialização verde", acrescentou o presidente em seu pronunciamento na cúpula, que também contou nesta quarta com representantes de França e Noruega, dos dois Congos e da Indonésia, além de São Vicente e Granadinas, presidente pro tempore de Celac.

O objetivo de Lula era reunir países com florestas tropicais para iniciar a construção de uma posição conjunta nas negociações climáticas, em especial para a COP28, que acontece entre novembro e dezembro.

"Os países das bacias da Amazônia, do Congo e de Bornéo-Mekong atuarão com determinação para preservar as três maiores florestas tropicais do mundo. Mas não se pode falar de florestas tropicais e mudança do clima sem tratar da responsabilidade histórica dos países desenvolvidos. Foram eles que, ao longo dos séculos, mais dilapidaram recursos naturais e mais poluíram o planeta", acusou o petista.

No discurso, Lula voltou a criticar os gastos militares, "que drenam recursos de que o mundo precisa para a promoção do desenvolvimento sustentável", e a cobrar os países ricos a destravar o fundo verde de US$ 100 bilhões por ano, iniciativa que nunca saiu do papel.

"E esse montante já não corresponde às necessidades atuais. A demanda por mitigação, adaptação e perdas e danos só cresce. Quem tem as maiores reservas florestais e a maior biodiversidade merece maior representatividade", afirmou.

De acordo com o presidente, os países detentores de florestas tropicais "herdaram do passado colonial um modelo econômico predatório, baseado na exploração irracional dos recursos naturais, na escravidão e na exclusão sistemática das populações locais". (ANSA)

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