Noticias

El Niño 'seca' Amazônia e gera emergência de estiagem

Cursos d'água do Brasil ao Peru estão em alerta

Encontro das águas dos rios Negro e Solimões, em Manaus (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Redazione Ansa

(ANSA) - Por Patrizia Antonini - Os efeitos do El Niño estão causando seca na América do Sul, com a redução dos níveis de rios e espelhos d'água icônicos como o lago Titicaca e os cursos da Amazônia.

O fenômeno, caracterizado pelo aquecimento anômalo das águas do Oceano Pacífico, atinge duramente o subcontinente, colocando em risco a vida de centenas de milhares de pessoas e os habitats naturais.

O último alarme veio do estado brasileiro do Amazonas. A área coberta pelas proverbiais florestas úmidas enfrenta uma das secas mais graves de sua história.

E em uma região que baseia seu tráfego no transporte fluvial, os cursos d'água, que continuam reduzindo de nível, deixam os vilarejos isolados e comprometem a distribuição das provisões de comida e itens de primeira necessidade para meio milhão de pessoas.

Em Manaus, o nível do Rio Negro está diminuindo a um ritmo de até 30 centímetros por dia, marcando valores muito inferiores aos padrões para este período do ano.

O mesmo vale para o Solimões, na cidade amazônica de Benjamin Constant, que alguns dias atrás já havia perdido 43 centímetros de água, registrando o segundo fluxo mais baixo na série histórica das medições.

O governador do Amazonas, Wilson Lima, afirma: "Nunca vi nada desse porte". Amanhã (26) ele estará em Brasília para pedir medidas de urgência ao governo federal.

Inclusive porque o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) não promete nada de bom: "O El Niño deixará a Amazônia mais seca e mais quente, por um período mais prolongado em relação ao passado".

Também está cada vez mais crítica a situação do lago Titicaca na cordilheira dos Andes, entre o Peru e a Bolívia, berço dos Incas, e considerado um dos espelhos d'água mais generosos da América do Sul. O lago navegável no teto do mundo.

A redução do nível da água superou a alarmante marca de 60 centímetros, e a situação dessa reserva vital para o sustento de milhares de habitantes tende a piorar.

Uma verdadeira agonia, enquanto cientistas e especialistas pedem que os governos de Lima e La Paz implementem medidas para enfrentar as mudanças climáticas.

Enquanto isso, o serviço meteorológico nacional faz o prognóstico: "A seca pode chegar a um metro já antes do fim do ano". (ANSA).
   

Leggi l'articolo completo su ANSA.it