(ANSA) - A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, defendeu neste sábado (2), em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, a necessidade de uma transição ecológica, não ideológica", que "não compromete a esfera econômica e social".
Em discurso na sessão plenária da 28ª edição da Conferência da ONU sobre as mudanças climáticas, a COP28, Meloni garantiu que a Itália está fazendo sua parte no processo de descarbonização de uma forma pragmática, com uma abordagem" que respeita a neutralidade tecnológica "livre de radicalismos".
"Se queremos ser eficazes, precisamos de sustentabilidade ambiental que não comprometa a esfera econômica e social, uma transição ecológica, não ideológica", disse ela.
Meloni afirmou que este "é um momento chave" no esforço para "manter as temperaturas dentro de 1,5°C", tendo em vista que o primeiro "equilíbrio global" foi atingido, apesar de acreditar que o objetivo está longe.
"Mesmo que haja razões para estarmos otimistas, o objetivo está longe, a COP28 deve ser um ponto de viragem", acrescentou.
Durante seu pronunciamento, a premiê italiana disse ainda que todos são "chamados a dar uma orientação clara e a implementar ações razoáveis, mas concretas, como triplicar a capacidade global de geração de energia renovável até 2030 e duplicar a taxa global de melhoria anual na eficiência energética".
Em relação ao compromisso da Itália, explicou que "os combustíveis fósseis estão a ser gradualmente substituídos por renováveis". Ela garantiu que seu governo tem adotado "um novo plano energético e climático", além de "investir recursos em biocombustíveis".
"No contexto europeu, fazemos parte da neutralidade carbônica até 2050 e da redução das emissões em pelo menos 55% até 2030. Mas também estamos comprometidos com o programa fit for 55, com uma abordagem multiestrutural".
Por fim, Meloni reiterou o compromisso da Itália com África, à qual será atribuída "uma parte significativa" do fundo climático italiano, no valor de 4 milhões de euros, e reforçou que a energia é "um dos pilares do plano" elaborado por sua gestão.
De acordo com a líder italiana, estes assuntos estarão no centro da presidência da Itália do G7, em 2024, principalmente porque o país trabalha para se tornar "um centro estratégico para a energia limpa, desenvolvendo a infraestrutura necessária e a capacidade de geração" na Itália e no Mediterrâneo.
O discurso de Meloni é feito um dia depois dela ter destinado 100 milhões de euros para o fundo "perdas e danos", que consiste na ajuda aos países mais pobres e vulneráveis do mundo, geralmente os mais afetados pelas catástrofes climáticas, e ter se reunido com líderes, como o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, à margem da COP28. (ANSA).