(ANSA) - Uma coalizão com mais de 450 organizações ambientais em todo o mundo denunciou nesta terça-feira (5) que pelo menos 2.456 lobistas de combustíveis fósseis tiveram acesso à 28ª Conferência da ONU sobre as Mudanças Climáticas, a COP28.
O relatório divulgado pela Kick Big Polluters Out (Kbpo) informa que o número quadriplicou em relação ao ano anterior, quando 636 empresários ligados às indústrias de carvão, petróleo e gás participaram da cúpula climática em Sharm el-Sheikh, no Egito.
"Num ano em que as temperaturas globais e as emissões de gases com efeito de estufa quebraram recordes, houve uma explosão de lobistas dos combustíveis fósseis a caminho das negociações da ONU, com quase quatro vezes o número de inscrições apresentadas no ano passado", afirmou o Kbpo em nota.
Segundo a coalizão, este aumento coincide com uma COP em que os combustíveis fósseis e a sua eliminação progressiva representam um ponto focal.
Entretanto, há uma exigência crescente por parte dos países do Sul do mundo, dos funcionários públicos, dos círculos eleitorais das Nações Unidas e da sociedade civil em geral para expulsar os poluidores das conversações.
"Há muito mais lobistas dos combustíveis fósseis a quem foi concedido acesso à COP28 do que quase todas as delegações nacionais", calcula a Kbpo, apontando para 3.081 pessoas levadas do Brasil - que deverá acolher a COP30 - e dos Emirados Árabes Unidos, que contam com 4.409.
A Itália, por sua vez, levou uma equipe de representantes da multinacional petrolífera ENI. (ANSA).