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Órgão da UE confirma 2023 como ano mais quente da história

Turistas se protegem do calor no centro histórico de Roma, capital da Itália, em julho de 2023

Redazione Ansa

(ANSA) - O programa de observação da Terra da União Europeia confirmou que 2023 foi o ano mais quente já registrado pela humanidade, com aumento de 1,48ºC em relação ao período pré-industrial, entre 1850 e 1900.

A informação foi divulgada nesta terça-feira (9) pelo Serviço Copernicus de Mudanças Climáticas (C3S), iniciativa conduzida em parceria pela UE e pela Agência Espacial Europeia (ESA) para monitorar o avanço do aquecimento global no planeta.

O aumento da temperatura na Terra em 2023 em relação à era pré-industrial ficou perto de superar 1,5ºC, meta mais ambiciosa do Acordo de Paris para o fim deste século.

Segundo o C3S, essa marca pode ser ultrapassada no período de 12 meses que se encerrará em janeiro ou fevereiro de 2024.

Quase metade dos dias de 2023, no entanto, já apresentaram 1,5ºC a mais em relação ao período 1850-1900, enquanto dois dias de novembro superaram, pela primeira vez, o patamar de 2ºC.

"Não significa que superamos os limites fixados no Acordo de Paris, que se referem a um período de pelo menos 20 anos com essa anomalia, mas estabelece um precedente terrível", explicou o C3S.

Se essa tendência se mantiver, a humanidade deve conviver nas próximas décadas com aumento constante do nível do mar, ameaçando áreas costeiras (que concentram a maior parte da população do planeta), com ondas de calor mais frequentes e com o crescente número de fenômenos extremos, como furacões e secas.

O ano de 2023 também registrou uma temperatura média da superfície terrestre de 14,98ºC, 0,17 a mais que o recorde anterior, de 2016. A partir de junho até dezembro, todos os meses bateram recorde de calor para o período.

Além disso, julho e agosto foram os dois meses mais quentes da história da humanidade. As temperaturas da superfície dos oceanos também "permaneceram elevadas de modo persistente e insólito, alcançando recordes para o período entre abril e dezembro", afirma o Copernicus.

A partir de meados de 2023, o mundo passou a conviver com El Niño, fenômeno periódico que se caracteriza pelo aquecimento do Oceano Pacífico, com aumento das chuvas em algumas partes e da estiagem em outras.

A concentração de dióxido de carbono e metano (gases causadores do efeito estufa) também bateu recorde em 2023, com 419 partes por milhão e 1.902 partes por bilhão, respectivamente. (ANSA)

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