Um "cenário apocalíptico" é a descrição do cônsul-geral da Itália em Porto Alegre, br/brasil/noticias/embaixadas_ultimas_noticias/2023/12/04/consul-da-italia-em-porto-alegre-faz-balanco-positivo-de-1-ano_df93a755-0070-4311-a265-05379fa547e2.html">Valerio Caruso, do estado brasileiro do Rio Grande do Sul, onde as chuvas incessantes há oito dias já deixaram pelo menos 37 mortos e 56 feridos.
"A sensação é de que o pior ainda está por vir", disse à ANSA o diplomata, que iniciou uma campanha para arrecadar bens de primeira necessidade junto à comunidade italiana local (o Rio Grande do Sul é "o estado mais italiano do mundo fora da Itália", com 40% de sua população de origem italiana).
"O que vemos nestas horas é indescritível: casas desabando durante as operações de resgate, pessoas arrastadas pela correnteza enquanto estavam prestes a ser alcançadas por helicópteros, cenas realmente terríveis", relatou Caruso.
O mau tempo atingiu duramente 235 municípios, incluindo alguns tesouros da imigração italiana como Bento Gonçalves e Caxias do Sul, na Serra Gaúcha.
Agora, os olhos estão voltados para a capital, Porto Alegre, onde o rio Guaíba já transbordou (atingindo o nível recorde de 4,5 metros) e toda a cidade corre o risco de ser coberta pela água. Lá, a última grande enchente foi em 1941, mas teme-se que a que está por vir possa ser ainda pior.
"O número de vítimas, infelizmente, está destinado a aumentar, porque os desaparecidos são 186: alguns serão encontrados e outros não", admitiu o vice-governador, Gabriel Souza. Sem contar as mais de 7 mil pessoas abrigadas em abrigos e as mais de 17 mil deslocadas.
"As ligações rodoviárias estão interrompidas, as pontes desabaram, há municípios isolados onde é impossível socorrer os sobreviventes: é uma verdadeira tragédia", acrescentou o cônsul.
(ANSA).
'Cenas apocalípticas' devastam Serra Gaúcha
Cônsul da Itália em Porto Alegre diz que 'o pior está por vir'