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Guerra na Ucrânia coloca em risco lançamento de missão europeia para Marte

Nasa, por sua vez, diz que colaboração na ISS segue normal

Segunda missão da ExoMars deveria ser lançada em setembro

Redazione Ansa

(ANSA) - O ataque da Rússia contra a Ucrânia pode ter efeitos também em áreas que parecem distantes do conflito, como o desenvolvimento de missões espaciais.

O principal impacto deve ocorrer na missão para Marte ExoMars, uma parceria entre a Agência Espacial Europeia (ESA) e a Roscosmos, e que estava prevista para ocorrer em setembro deste ano após ser adiada em 2021.

Em nota, a ESA informou que por conta "das sanções internacionais e do amplo contexto geral" acredita ser "muito improvável" que haja condições de lançamento da missão. Além disso, haveria ainda o lançamento em abril de dois novos satélites da constelação Galileu por meio da nave russa Soyuz, a partir da base localizada em Kourou, na Guiana Francesa.

Nesta segunda-feira (28), 87 técnicos e especialistas russos precisaram deixar o centro espacial por determinação do governo russo como uma resposta às sanções impostas ao país pela União Europeia.

"Em resposta às sanções contra nossas empresas, a Roscosmos está suspendendo a cooperação com os parceiros europeus na organização dos lançamentos espaciais de Kourou e retirando seu pessoal, incluindo equipamento de lançamento consolidado, da Guiana Francesa", informou também em nota a agência russa.

Pouco após essa manifestação, o comissário europeu para o Espaço, Thierry Breton, afirmou que a decisão dos russos "não têm consequências sobre a continuidade e sobre a qualidade dos serviços Galileu e Copernicus" e que "também não coloca em risco o desenvolvimento dessas infraestruturas".

"Estamos prontos para agir com decisão junto aos Estados-membros para proteger essas estruturas críticas em caso de agressão, e a continuar a desenvolver a Ariane 6 e a VegaC para garantir a autonomia estratégica da Europa na área de lançamentos", acrescentou citando as naves da ESA.

Desde 2011, a parceria entre europeus e russos já proporcionou 27 lançamentos, sendo o último em 10 de fevereiro deste ano.

ExoMars

Dividida em duas missões, a ExoMars quer buscar indícios de vida em Marte, além de estudar mais sobre a composição do Planeta Vermelho.

Em março de 2016, a primeira missão foi iniciada com o lançamento do Trace Gas Orbiter (TGO), que pousou com sucesso em outubro daquele ano, sendo o primeiro rover europeu a fazer uma missão com sucesso.

Já a segunda missão seria enviada em 20 de setembro deste ano - com uma janela de 12 dias - com pouso previsto para 10 de junho do ano que vem.

Nasa

Por outro lado, a Nasa informou que segue em colaboração com a Rússia na Estação Espacial Internacional (ISS). Segundo a responsável pela divisão de Operações Humanas nos Voos Espaciais da Nasa, Kathy Lueders, o cronograma de parcerias não teve alterações.

A representante confirmou que o astronauta norte-americano Mark Vande Hei voltará à Terra com a cápsula russa Soyuz em 30 de março com dois cosmonautas russos. Também está confirmada a missão Crew-4 da Space X que vai levar a italiana Samantha Cristoforetti novamente à ISS. (ANSA).

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