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Asteroide Bennu pode ser fragmento de mundo oceânico

Análises encontraram compostos orgânicos em amostra

Cápsula com amostras do asteroide Bennu em Utah, nos EUA

Redazione Ansa

O br/brasil/noticias/ciencia_e_tecnologia/2023/10/11/amostras-do-asteroide-bennu-contem-carbono-e-agua_7f84790a-4153-44aa-b97c-4175a036d8ac.html" target="_blank" rel="noopener">asteroide Bennu pode ser fragmento de um antigo mundo oceânico.
    É o que apontam as análises publicadas na revista Meteoritics & Planetary Science por um grupo de investigação internacional que inclui pesquisadores do Instituto Nacional de Astrofísica da Itália (Inaf) e da Agência Espacial Italiana (ASI).
    O principal indicativo de que o Bennu continha muita água é a descoberta inesperada da presença de fosfato de magnésio-sódio na amostra coletada no asteroide e trazida à Terra em setembro passado pela missão Osiris-Rex, da Nasa.
    O material também é rico em carbono e nitrogênio, compostos orgânicos essenciais à vida.
    Dominada por minerais argilosos, como a serpentina, a amostra é semelhante ao tipo de rocha encontrado nas dorsais meso-oceânicas da Terra, onde o material do manto (a camada imediatamente abaixo da crosta terrestre) encontra a água.
    Essa interação não só resulta na formação de argila, mas também dá origem a uma variedade de minerais como carbonatos, óxidos de ferro e sulfetos de ferro.
    A descoberta mais inesperada nas primeiras análises, contudo, é a presença de fosfatos solúveis em água, que são "blocos de construção" da vida tal como a conhecemos na Terra. Esses elementos também foram encontrados em grãos do asteroide Ryugu trazidos ao planeta em 2020 pela missão Hayabusa2, da agência espacial japonesa, mas o fosfato de magnésio-sódio detectado no Bennu se destaca pelo tamanho de seus grãos, inédito em qualquer amostra de meteorito.
    "A presença e o estado dos fosfatos, juntamente com outros elementos e compostos no Bennu, sugerem a presença de água na história do asteroide", diz Dante Lauretta, da Universidade do Arizona, em Tucson, primeiro coautor do artigo e responsável científico da missão Osiris-Rex. "O Bennu pode potencialmente ter feito parte de um mundo mais úmido. No entanto, essa hipótese requer uma investigação mais aprofundada", acrescentou.
    Cientistas acreditam que o asteroide seja remanescente do processo de formação do Sistema Solar e pode ajudar a entender como compostos orgânicos necessários à vida como a conhecemos chegaram à Terra. (ANSA)

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