Cultura

Cineasta Jafar Panahi, vencedor do Leão de Ouro, é preso no Irã

Dissidente iraniano conquistou o prêmio em Veneza em 2000

Panahi venceu o Leão de Ouro no Festival de Veneza em 2000

Redazione Ansa

(ANSA) - O cineasta dissidente iraniano Jafar Panahi, ganhador do Leão de Ouro de melhor filme no Festival de Cinema de Veneza em 2000, foi detido nesta segunda-feira (11) em seu país.

"Jafar Panahi foi preso hoje depois de ir ao Ministério Público de Teerã para obter atualizações sobre o caso de outro cineasta, Mohammad Rasoulof", detido na última sexta-feira, informou a agência de notícias iraniana Mehr.

Em 2010, o cineasta foi condenado a seis anos de prisão e a 20 anos de proibição para filmar ou escrever roteiros, viajar ou conversar com a imprensa, "por propaganda contra o governo". A decisão foi tomada depois que Panahi apoiou um protesto um ano anter contra a reeleição do político ultraconservador Mahmud Ahmadinejad à Presidência da República Islâmica.

Em comunicado, a Bienal de Veneza disse ter recebido com profunda consternação a notícia das prisões dos diretores iranianos, lembrando que Panahi foi novamente privado de sua liberdade pessoal por ter se manifestado junto com vários de seus colegas pela prisão de outros dois diretores, Rasoulof e Mostafa Aleahmad, que ocorreu em 8 de julho passado, após protestos contra a violência contra civis no Irã.

"A Bienal de Veneza une sua voz à de muitos que estão se levantando no mundo nos últimos dias para condenar as ações repressivas em andamento e pede a libertação imediata dos diretores presos em defesa do direito à liberdade de expressão e criação", diz a nota.

Panahi ganhou, entre os inúmeros e prestigiosos prêmios de uma extraordinária carreira internacional, o Leão de Ouro no Festival de Veneza de 2000 com o filme "O círculo".

Já o Festival de Cannes condenou veementemente as prisões e a onda de repressão obviamente em curso no Irã contra seus artistas e também pediu a libertação imediata dos artistas.

Em nota, o Festival reafirmou seu apoio a todos aqueles que, em todo o mundo, são submetidos à violência e à repressão. "Cannes continua e sempre será um paraíso para artistas de todo o mundo e estará sempre ao seu serviço para transmitir suas vozes em alto e bom som, em defesa da liberdade de criação e liberdade de expressão". (ANSA)

Leggi l'articolo completo su ANSA.it