Cultura

Quadro de Artemisia Gentileschi renasce após explosão em Beirute

Obra de pintora italiana está sendo restaurada nos EUA

Pintora de Artemisia Gentileschi danificada por explosão no porto de Beirute

Redazione Ansa

(ANSA) - Gravemente danificada pela explosão no porto de Beirute, no Líbano, em 2020, uma grande tela em restauração no museu Getty, de Los Angeles, agora é atribuída à pintora italiana Artemisia Gentileschi (1593-1656).

O quadro retrata o herói grego Hércules com a rainha Ônfale e se junta a outra pintura da artista barroca danificada na capital libanesa, a chamada "Maddalena Sursock", que já foi restaurada na Itália.

"Com certeza é uma tela de Artemisia", garantiu o curador do Getty, Davide Gasparotto. "Em termos de dimensões e de complexidade da composição das figuras, é um dos trabalhos mais ambiciosos de toda a sua obra", acrescentou.

A explosão no porto de Beirute deixou mais de 200 mortos e 7,5 mil feridos e danificou diversos edifícios, incluindo o Palácio Sursock, pertencente à família de mesmo sobrenome e que abrigava tanto o Hércules quanto a Maddalena, até então atribuídos a pintores anônimos do século 17.

No entanto, uma tese de mestrado na Universidade de Sorbonne, em Paris, do historiador da arte libanês Gregory Buchakjian, apontou Artemisia como a verdadeira autora dos dois quadros, tese que agora tem consenso unânime de especialistas. Com isso, o número de obras conhecidas da italiana chega a 61.

Segundo Gasparotto, o quadro em restauração no Getty teria sido pintado por volta de 1635, durante a passagem da artista por Nápoles, e teria chegado a Beirute na década de 1920, após o casamento de Alfred Sursock com Maria Teresa Serra di Cassano, expoente de uma tradicional família napolitana.

A obra se encontra hoje em péssimas condições, com um corte de meio metro na altura do joelho de Hércules, além de buracos, rasgos e fragmentos de vidro cravados na tela como consequência da explosão.

Seu atual proprietário, Roderick Sursock Cochrane, aceitou deixar o quadro no Getty até a recuperação do Palácio Sursock, o que não deve ocorrer antes de quatro ou cinco anos. Gasparotto espera expor a tela ao público em 2024, ao lado de "Lucrezia", obra de Artemisia que entrou para o acervo do museu no ano passado. (ANSA)

Leggi l'articolo completo su ANSA.it