(ANSA) - Para celebrar os 100 anos da descoberta da tumba de Tutancâmon (1.341 a.C a 1.321 a.C), o Museu Egípcio de Turim, na Itália, abriu ao público nesta sexta-feira (4) uma nova instalação digital que faz com que o faraó "fale" com o público.
Chamada de "I Prayed for The Resin Not To Melt" ("rezei para que a resina não derretesse", em tradução livre), da artista egípcia Sara Sallam, a exposição quer fazer uma imersão virtual para "transportar" os visitantes até a tumba de Tutancâmon durante o momento de sua descoberta, mas usando a perspectiva e o ponto de vista do faraó.
"Sara Salam nos oferece uma crítica à arqueologia, à egiptologia, às coleções dos museus. Nós faz raciocinar que esse era um túmulo, um lugar de descanso eterno de Tutancâmon. Nós o trouxemos à luz, o corpo foi desenrolado, submetido a análises e nós interrompemos seu repouso eterno", disse o diretor do Museu Egípcio, Christian Greco.
Além da instalação imersiva, outros dois projetos de Sallam também foram apresentados.
Uma delas é "A Tourist Handbook for Egypt Outside of Egypt" ("um manual turístico para o Egito fora do Egito"), que faz um percurso turístico por ruas de Paris que mostram os locais e as batalhas da expedição napoleônica no Egito para buscar propor uma narração alternativa àquela Ocidental.
A outra é a "Home Outside Home" ("casa fora de casa") que apresenta uma série de imagens nas quais objetos antigos descontextualizados nas cidades europeias exprimem toda a nostalgia por seus locais de origem.
As mostras ficarão abertas até o fim de janeiro de 2023 e serão gratuitas, não precisando assim comprar o ingresso para acessar o maior museu egípcio do mundo fora do Cairo.
Há exatos 100 anos, em 4 de novembro de 1922, o pesquisador britânico Howard Carter e sua equipe encontraram a tumba do faraó Tutancâmon, praticamente intacta, no Vale dos Reis.
A descoberta é considerada uma das mais espetaculares por conta da quantidade de tesouros achados e pelo fato da tumba estar totalmente preservada. Ao todo, 5.398 itens funerários foram encontrados no local, incluindo a famosa máscara de ouro de Tutancâmon.
Ao longo dos milênios, as tumbas de faraós egípcios foram saqueadas ostensivamente e, muitas vezes, sequer as múmias eram encontradas. Além disso, muitas delas foram reutilizadas nos séculos posteriores por outros reis. (ANSA).