Cultura

Livro póstumo de Michela Murgia será lançado 'em breve'

Informação foi revelada à ANSA por curador da obra

Escritora teve câncer nos rins e metástases no pulmão e ossos

Redazione Ansa

(ANSA) - Um livro inédito sobre parentalidade escrito pela italiana Michela Murgia, morta na última quinta-feira (10), aos 51 anos, vítima de um câncer renal, deve ser publicado em breve.

A informação foi revelada à ANSA nesta sexta (11) por Alessandro Giammei, curador da obra e membro da família da escritora.

"Michela escreveu até o último dia de sua vida. Tinha um livro para entregar e o entregou antes de morrer. Um livro comovente, sobre a família", declarou.

De acordo com o italiano, o livro se aprofundou mais no significado da paternidade e parentesco e "as últimas 10 páginas foram ditadas por um de seus filhos de alma com extraordinária lucidez". "Parecia estar lendo uma partitura".

Giammei enfatizou que a obra é "tocante, sobre família, adoção, filiação da alma, sobre o fato de o indivíduo não ser mais forte que a comunidade, sobre a superação do sangue como paradigma de identidade".

Para este livro, a ativista "tinha proposto três títulos", cujo oficial será decidido em breve. Além disso, Murgia deixou "um rico patrimônio de arquivos escritos ao longo de muitos anos, muitas histórias perdidas e páginas inéditas".

Giammei revelou ainda que existe um projeto de livro que a escritora havia começado a cuidar e também vai ver se poderá ser concluído. "Murgia teve um 'canteiro de obras' muito ativo ao longo de sua vida e sempre escreveu muito. É como se ela tivesse recebido uma gratificação", acrescentou.

Por fim, ele relatou à ANSA que a escritora italiana "se orgulhou de ter chegado ao fim com força e lucidez para fechar o projeto do livro que será lançado por Rizzoli".

"Ao longo de sua vida sempre cumpriu todas as suas promessas, tanto editoriais quanto políticas com muito custo de si", concluiu.

Escritora e ensaísta consagrada, Murgia militava politicamente pela esquerda e tinha como bandeiras a defesa da autonomia da Sardenha, o feminismo, os direitos da comunidade LGBTQIA+ e o acolhimento a migrantes. (ANSA).
   

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