Cultura

Políticos italianos homenageiam escritora Michela Murgia

Autora e ativista faleceu de câncer renal aos 51 anos

Michela Murgia morreu aos 51 anos de idade, vítima de um tumor

Redazione Ansa

(ANSA) - Políticos de todas as vertentes prestaram homenagem nesta sexta-feira (11) à escritora e ativista italiana Michela Murgia, morta na última quinta (10), aos 51 anos, vítima de um câncer renal.

"Gostaria de expressar sinceras condolências à família e aos amigos da escritora Michela Murgia. Era uma mulher que combatia para defender suas ideias, mesmo que notoriamente diversas das minhas, e tenho grande respeito por isso", escreveu no Twitter a premiê de direita Giorgia Meloni.

Escritora e ensaísta consagrada, Murgia também militava politicamente pela esquerda e fez duras críticas à primeira-ministra, afirmando inclusive que não bastava ser uma mulher no poder para se apresentar como feminista.

Entre as bandeiras da escritora estavam a defesa da autonomia da Sardenha (em 2014, ela chegou a se candidatar a governadora da região, obtendo 10% dos votos), o feminismo, os direitos da comunidade LGBTQIA+ e o acolhimento a migrantes.

"Michela Murgia foi uma voz livre até o fim, um exemplo de coragem na doença. Nosso luto a todos aqueles que a amaram", disse no Facebook o ex-premiê Giuseppe Conte, do antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S).

A escritora revelou seu tumor no último dia 6 de maio e, desde então, falou abertamente sobre os momentos de dor e alegria vividos durante a doença. Em 22 de julho, já em estágio terminal, se casou com o ator e diretor Lorenzo Terenzi, também como uma forma de denunciar a falta de direitos de casais em união estável.

"Não é necessário compartilhar as ideias de Michela Murgia para considerá-la uma mulher corajosa, apaixonada, coerente, além de uma autora original e de grande talento. Sua morte, ainda que infelizmente anunciada, me machuca profundamente", afirmou Marina Berlusconi, filha do finado ex-premiê Silvio Berlusconi e presidente do Grupo Editorial Mondadori, que publicou as obras de Murgia.

Já o deputado do centro-esquerdista Partido Democrático (PD) Alessandro Zan, identificado com as causas LGBTQIA+, prometeu levar adiante as batalhas da escritora. "Lutaremos juntos sempre, porque você sempre estará aqui", disse.

O funeral de Murgia será na Basílica de Santa Maria em Montesanto, em Roma, também conhecida como "Igreja dos Artistas", na tarde deste sábado (12). (ANSA)

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