(ANSA) - Por Lucas Rizzi - A Marinha do Brasil iniciou um projeto para distribuir milhares de livros brasileiros pelo mundo, em uma iniciativa de soft power que tem a Itália como um de seus destinos.
A ação é fruto de um convênio com a Biblioteca Nacional, entidade presidida pelo ítalo-brasileiro Marco Lucchesi, que se inspirou em um acordo semelhante da época em que ele comandava a Academia Brasileira de Letras (ABL), entre 2018 e 2021.
"Colocamos em ação esse soft power para promover a troca de experiências, de leituras e de diálogos entre instituições. Em vez de armas, livros", diz Lucchesi em entrevista à ANSA. "Para onde a Marinha for, os livros irão automaticamente", acrescenta.
O protocolo foi assinado em março, mas as remessas começaram em agosto, e o objetivo da Biblioteca Nacional é distribuir cerca de 10 mil livros brasileiros pelo mundo neste semestre.
"A Marinha nos deu uma longa fila de países por onde ia passar, e a partir de agosto começamos a expedir esses livros. A primeira remessa que eu tive informação chegou a Cabo Verde", afirma Lucchesi.
A lista de destinos nessa primeira leva do projeto também inclui países como Alemanha, Colômbia, Espanha, Estados Unidos, França, Inglaterra, Itália, Portugal e São Tomé e Príncipe. "A ideia é criar uma espécie de rotina para o envio de nossos livros", ressalta o presidente da Biblioteca Nacional, que será informada sobre as rotas internacionais da Marinha a cada seis meses.
Na Itália, o destino será a cidade de Nápoles, onde um navio ficará ancorado entre 26 e 30 de outubro. Os livros serão endereçados a 12 instituições de nove cidades, incluindo a Abadia de Montecassino, a Biblioteca Apostólica Vaticana, as bibliotecas nacionais Vittorio Emanuele III, em Nápoles, e de Florença, o Ministério da Cultura e universidades em Pádua e Milão.
A lista está sempre sujeita a acréscimos, mas o pacote destinado à Itália inclui ao menos 53 títulos que cobrem da literatura à psicanálise, passando também por temas como história do Brasil, filosofia, natureza, música, artes plásticas e a vida no Rio de Janeiro, sede da Biblioteca Nacional.
Paralelamente, a entidade enviará em outubro 700 livros para a Estação Comandante Ferraz, base brasileira na Antártida.
"Levaremos o calor da cultura brasileira para toda aquela solidão glacial", diz o presidente da instituição. (ANSA).