(ANSA) - O filósofo italiano Gianni Vattimo, conhecido internacionalmente por ter desenvolvido o conceito do "pensamento fraco", faleceu nesta terça-feira (19), aos 87 anos, no hospital Rivoli, em Turim, onde estava internado em estado grave.
A informação foi divulgada pelo ítalo-brasileiro Simone Caminada, assistente e companheiro do filósofo há 14 anos, em uma publicação no Facebook.
Nascido em Turim em 4 de janeiro de 1936, Vattimo é considerado um expoente da filosofia hermenêutica e um influente político italiano. Professor da Universidade de Turim, ele ficou reconhecido mundialmente por ser o "pai" do conceito do "pensamento fraco", uma crítica à metafísica tradicional.
Fortemente influenciado por Nietzsche, Heidegger e Gadamer, reinterpretou a pós-modernidade como uma "libertação" da metafísica totalizante. Além da sua carreira acadêmica, Vattimo foi membro do Parlamento Europeu, contribuindo ativamente para a política italiana e europeia.
Durante sua carreira, marcou o cenário filosófico com uma série de obras importantes, como "O fim da Modernidade (1985)", que analisa a superação da racionalidade moderna e a emergência da pós-modernidade.
Junto com Pier Aldo Rovatti, em 1983, apresentou "O pensamento fraco", obra que introduz o conceito de mesmo nome como uma crítica aos fundamentos metafísicos. Esta ideia é mais explorada em "Além da Interpretação", onde Vattimo foca o papel central da interpretação na filosofia contemporânea.
Contudo, ele não negligenciou questões como religião e fé, como demonstra em "Crer para Crer", onde propõe um "cristianismo fraco" para a era pós-moderna.
O filósofo também teve papel pioneiro na promoção dos direitos dos membros da comunidade LGBTQIA+, definindo-se como "homossexual e cristão".
Recentemente, a imprensa estrangeira apontou que Vattimo estaria sendo "explorado" por Caminada, de 38 anos. O italiano, que fazia uso de uma cadeira de rodas, estava envolvido em um processo judicial e, ainda assim, não se considerava vítima.
De acordo com um jornal espanhol, o Tribunal de Justiça de Turim teria condenado o ítalo-brasileiro a dois anos de prisão por supostamente ter enganado o parceiro e ter "induzido" Vattimo a se casar com ele com o objetivo de ficar com sua herança. (ANSA).
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