Cultura

Filmes políticos em Veneza vão de ditadura no Brasil a extremismo

Festival acontece de 28 de agosto a 7 de setembro

Redazione Ansa

(ANSA) - Por Francesco Gallo - A 81ª edição do Festival de Cinema de Veneza, que começa nesta quarta-feira (28) e vai até 7 de setembro, terá uma seleção de filmes "políticos" na disputa pelo Leão de Ouro, incluindo "Ainda estou aqui", de Walter Salles.
    Mais de duas décadas depois de sua participação na mostra com "Abril despedaçado", o cineasta retorna a Veneza com um elenco de peso, incluindo Fernanda Torres, Fernanda Montenegro e Selton Mello, para contar a história verídica de Eunice Paiva, esposa do ex-deputado Rubens Paiva, perseguido, sequestrado e morto pela ditadura militar.
    O filme é baseado no livro de memórias homônimo do jornalista e escritor ítalo-brasileiro Marcelo Rubens Paiva, filho de Eunice e Rubens.

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Cena de 'Ainda Estou Aqui', de Walter Salles

 
    Ainda no âmbito político, "The Order", do australiano Justin Kurzel, tem como pano de fundo os crimes cometidos por supremacistas brancos no estado de Idaho, noroeste dos EUA, no início dos anos 1980.
    O longa narra a história de um detetive interpretado por Jude Law, que tenta conter a onda de atentados praticados por um grupo extremista liderado por Robert Jay Mathews (Nicholas Hoult).

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'The Order' narra extremismo de supremacistas brancos nos EUA

 
    Já "Jouer avec le feu", de Delphine e Muriel Coulin, é protagonizado por Pierre (Vincent Lindon), um ferroviário de 50 anos que cria dois filhos sozinho. Quando Louis, o mais jovem, sai de casa para estudar na Universidade Sorbonne, em Paris, Fus, o mais velho, se torna a cada dia mais misterioso e atraído pela violência, misturando-se a grupos de extrema direita.
    E se é verdade, como dizia Karl Marx em "O Capital", que o coração da política está na economia, "Youth (Homecoming)", de Wang Bing, é um filme imperdível.
    Último capítulo da trilogia do principal documentarista chinês em atividade, o longa retrata a vida de jovens trabalhadores que haviam migrado de vilarejos rurais para conseguir empregos na indústria têxtil.
    A primeira parte da trilogia, "Youth (Spring)", foi exibida em Cannes no ano passado e narra a chegada desses jovens à cidade grande. A segunda, "Youth (Hard Times"), foi apresentada recentemente no Festival de Locarno, na Suíça, e a terceira, que disputa o Leão de Ouro em Veneza, mostra a falência da fábrica onde os protagonistas eram explorados e seu retorno para casa. Suas amizades e relações amorosas se desenvolvem e se dissolvem sob as pressões econômicas familiares, enquanto eles sonham em construir um futuro melhor na China de hoje. (ANSA).
   

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