(ANSA) - O br/brasil/noticias/cultura/2024/08/30/relacao-entre-religiao-e-politica-no-brasil-e-destaque-em-veneza_7cc71efe-ffd7-4ab1-84c0-af5cfe0efebc.html" target="_blank" rel="noopener">Festival de Veneza apresentou o documentário "Riefensthal", que ganhou importância ao desmentir a cineasta alemã Leni Riefenstahl (1902-2003), uma das maiores representantes da estética nazista.
A obra de Andres Veiel, apresentada na seção Fuori Concorso, prova com mais de 50 mil imagens como a cineasta se envolveu com o regime nazista de Adolf Hitler, por mais que ela tenha negado ao se descrever como uma artista apolítica que havia feito filmes encomendados pelo governo apenas para registro histórico.
Para isso, Riefenstahl manipulou e destruiu diversos registros feitos por ela, mas não conseguiu apagar todos, que agora são exibidos no longa de Veiel.
"Riefenstahl, falecida aos 101 anos, tentou nos seus últimos anos de vida limpar os arquivos que contradiziam a sua declaração pública de artista não ligada a Hitler, no entanto, sobraram rastros. Um exemplo é a frase que teria dito, muito antes da guerra, ao jornal britânico Daily Express, que durante as filmagens de 'The Blue Light', em 1931, ela teria se apaixonado por Hitler desde as primeiras páginas do [livro] 'Mein Kampf' [escrito pelo líder nazista], tornando-se uma entusiasta nacional-socialista", afirmou Veiel durante a Mostra de Veneza.
No documentário, Riefenstahl é uma mulher idosa, mas combativa, que defende a sua honra como artista, negando, por exemplo, que tenha usado como figurantes ciganos destinados às câmaras de gás, ou que alguma vez tenha expressado sentimentos racistas em relação aos judeus.
Chamada de "criadora de fake news" por Veiel, ele a compara aos "desfiles russos de [Vladimir] Putin [atual presidente da Rússia] ou às frases de [Donald] Trump [ex-presidente dos Estados Unidos e atual candidato ao cargo] com migrantes sugando sangue dos americanos".
Em janeiro, Veiel e a produtora Sandra Maischberger publicarão um livro sobre a cineasta, que apesar de seu posicionamento, "marcou uma época por ser mulher [no cinema]".
(ANSA).
Festival de Veneza exibe filme que desmente cineasta nazista
'Riefensthal' traz mais de 50 mil provas contra a diretora