Cultura

'Ainda Estou Aqui' está entre favoritos no Festival de Veneza

Fernanda Torres teve atuação elogiada em filme de Walter Salles

Cena de 'Ainda Estou Aqui', de Walter Salles

Redazione Ansa

(ANSA) - Por Francesco Gallo - A eutanásia plúmbea e sincopada de Pedro Almodóvar ("The Room Next Door"), o utopismo arquitetônico de Brady Corbet ("The Brutalist") e a natureza extraordinária da protagonista do filme de Walter Salles (br/brasil/noticias/cultura/2024/09/02/filme-ainda-estou-aqui-e-aplaudido-por-10-minutos-em-veneza_3a338293-2e81-447c-a0f8-4077ac54d962.html" target="_blank" rel="noopener">"Ainda Estou Aqui") estão entre os favoritos aos principais prêmios do Festival de Veneza, que se encerra neste sábado (7), incluindo o Leão de Ouro.
    Para a Itália, as esperanças estão em "Queer", de Luca Guadagnino, e "Vermiglio", de Maura Delpero.
    "The Room Next Door", primeiro filme em inglês de Almodóvar, conta uma história de eutanásia com uma dupla de extraordinárias atrizes, Julianne Moore e Tilda Swinton, ambas candidatas à Coppa Volpi de melhor intérprete feminina.
    "The Brutalist" talvez seja o mais cotado ao Leão de Ouro. Um filme titânico sobre uma ambição igualmente titânica, a do arquiteto judeu húngaro László Tóth (Adrien Brody, candidato a melhor ator), sobrevivente do Holocausto que emigrou para os Estados Unidos em 1947 e a quem é encomendada uma obra gigantesca por um patrono um tanto obtuso. O longa já passou no teste mais terrível: 231 minutos de duração sem ninguém sair do cinema.
    Por sua vez, "Ainda Estou Aqui" é um grande filme que tem como protagonista a extraordinária Fernanda Torres, elogiadíssima no papel de Eunice Paiva, mulher que tem a vida virada de cabeça para baixo após a prisão e desaparecimento de seu marido, o ex-deputado Rubens Paiva, pelas mãos da ditadura militar brasileira.
    Já "Queer" é um filme divisivo, um ato de homenagem lisérgica a William Burroughs, um intelectual refinado, representante daquela Geração Beat que via no álcool e nas drogas as respostas que a realidade era incapaz de dar. O protagonista Daniel Craig também é candidato à Coppa Volpi, nem que seja pela coragem de passar do macho 007 para ousadas cenas homossexuais no papel de WIlliam Lee (vulgo Burroughs).
    Também são bem cotados "Trois Amies", de Emmanuel Mouret, uma história totalmente feminina de três casais que se cruzam, e "Jouer avec le Feu", de Delphine e Muriel Coulin e que traz Vincent Lindon no papel de um ferroviário viúvo de 50 anos que cria sozinho os dois filhos, o mais velho envolvido com grupos de extrema direita.
    Na frente italiana, "Vermiglio", uma história rural ambientada nas Dolomitas, na fronteira com a Áustria, durante a Segunda Guerra Mundial, foi elogiado por críticos internacionais. Quem parece fora da briga pelo Leão de Ouro é "Coringa: Delírio a Dois", de Todd Phillips, embora Joaquin Phoenix seja cotado para a Coppa Volpi. (ANSA).
   

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