Economia

Bolsa de Milão fecha em alta após ajuda ao Credit Suisse

Já o mercado na América Latina está 'calmo'

Redazione Ansa

(ANSA) - A Bolsa de Milão fechou em alta de 1,38% nesta quinta-feira (16), com o índice FTSE MIB subindo para 25.918 pontos, após uma sessão altamente volátil marcada por uma máxima de 2,38% e uma baixa de 1,02%, em meio às consequências da crise do Credit Suisse, o colapso do Silicon Valley Bank (SVB) e a estratégia de taxas do Banco Central Europeu (BCE).

As ações foram impulsionadas principalmente pela decisão do Banco Central da Suíça de oferecer um empréstimo para o Credit Suisse no valor de cerca de US$ 54 bilhões para "reforçar preventivamente a sua liquidez".

Além disso, o efeito positivo também se deve aos rumores sobre o possível salvamento de outro banco norte-americano falido, o First Republic Bank, por credores dos EUA e pela retirada do comunicado do BCE que sugere aumentos futuros das taxas para conter a inflação, depois de elevá-las em meio ponto.

As ações europeias também se recuperaram com o pragmatismo do BCE e as intervenções do Banco Central para amparar a crise bancária. Londres fechou com alta de 0,89%, Paris com alta de 2,03% e Frankfurt com alta de 1,57%.

América Latina -

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), no Brasil, apresentou uma leve alta de menos de 1% nesta quinta-feira (16), quando o mercado operou tranquilamente em linha com as notícias vindas da Europa, onde o Credit Suisse recebeu apoio do Banco Central da Suíça. O mesmo aconteceu em Buenos Aires, porém com a crise local impactando a cotação do dólar.

O índice Bovespa no Brasil subiu 0,39%, para 103.075 pontos, pouco depois das 12h, após a turbulência de ontem, quando a bolsa caiu quase 3%, refletindo os problemas do banco suíço. Enquanto isso, o dólar subiu 0,15% hoje, vendido a R$ 5,30, e o euro valorizou 0,37%, ofertado a R$ 5,62.

Apesar da calma reinante na bolsa, "os investidores continuam atentos à crise do setor bancário após a falência do SVB nos Estados Unidos e aos problemas do Credit Suisse na Europa", analisou a agência Folhapress.

Já a Bolsa de Valores de Buenos Aires foi reanimada nesta quinta-feira por compras seletivas após uma série de cinco perdas consecutivas, em um mercado imerso em adversidades externas devido à crise bancária e também afetado internamente pela alta inflação.

Por sua vez, o governo argentino disse que os dados de inflação anual registrados em fevereiro, o valor mais alto desde 1991, foram "muito ruins", mas insiste que conseguirá cumprir a taxa de 60% prevista no orçamento, disse a porta-voz da Presidência, Gabriela Cerruti.

O BCRA (Banco Central) estuda a possibilidade de aumento da taxa básica de juros, uma vez que a inflação continua atingindo o consumidor. A inflação em fevereiro foi de 6,6% e superou 100% na comparação anual pela primeira vez em mais de 30 anos, segundo dados oficiais.

Nesse contexto, os papéis argentinos listados em Wall Street se recuperam em quase 6%. As subidas mais relevantes do dia são registradas por Central Puerto (+5,7%); IRSA (+3,6%); e Banco Macro (+3,3%). Em renda fixa, os títulos soberanos em dólares operam mistos, com altas lideradas pelo Bonar 2035 (+1,8%) e quedas lideradas pelo Global 2046 (-5,4%).

O risco do país argentino medido pelo JPMorgan opera praticamente estável em 2.391 pontos base. Desta forma, o dólar azul (mercado não oficial) prolongou a alta, segundo levantamento do jornal especializado Ambito, encontrando-se no seu valor mais elevado desde 30 de janeiro.

Até agora em 2023, o dólar "paralelo" acumula na Argentina uma alta de 37 pesos após fechar 2022 em 346 pesos para cada unidade da moeda norte-americana.

No México, por sua vez, o mercado também respirou fundo nesta manhã, na abertura, após as perdas desencadeadas ontem por um aumento do nervosismo com um possível contágio ao setor financeiro global.

"Não descartamos que o apetite por risco continue limitado pela incerteza que cerca o setor financeiro. Embora o Banco Nacional Suíço tenha oferecido apoio ao Credit Suisse e concedido uma linha de crédito (US$ 50 bilhões), a pressão sobre alguns bancos continuam nos mercados regionais dos EUA", mencionaram analistas do BX+, conforme reproduzido pela agência Bloomberg em espanhol. (ANSA).
   

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