Economia

Plano agrícola de Lula abre oportunidades para Itália

Plano envolverá um investimento de mais de R$ 435 bilhões

Redazione Ansa

(ANSA) - Por Patrizia Antonini - Com o lançamento do maior plano agrícola da história do país, o Brasil investirá mais de R$ 435 bilhões até 2024, o equivalente a cerca de 87 bilhões de euros, oferecendo inúmeras oportunidades de colaboração para empresas italianas, que já estão presentes no país com verdadeira excelência, como as companhias venezianas de coleta de ovos e as sicilianas especializadas em nanoirrigação.

A iniciativa do governo Lula, que dá ênfase à sustentabilidade, com produção de energia limpa, redução de emissões de gases do efeito estufa, reflorestamento e cuidado com a vegetação nativa, mas também racionalização de recursos naturais e reciclagem de lixo e resíduos, busca sobretudo sinergias com empresas especializadas em automação, na criação de softwares de gestão personalizados, em aplicativos, análises de big data, especialmente para sistemas de alimentação animal gerenciados por inteligência artificial, e em drones agrícolas.

Mas também estão surgindo no mercado brasileiro os primeiros sistemas de rastreabilidade de alimentos baseados na tecnologia blockchain, projetos de pesquisa em arroz e cereais, além de um crescimento significativo na demanda por sensores e sistemas de irrigação inteligentes, que permitem o uso responsável da água, setor em que as empresas italianas competem sobretudo com americanas e israelenses.

Oportunidades que, como destacou à ANSA o embaixador da Itália no Brasil, Francesco Azzarello, "devem ser avaliadas e aprofundadas, com disposição para criar cooperação com um parceiro brasileiro e transferir tecnologia, aproveitando a diversidade sazonal em relação à Itália, bem como o grau particularmente avançado de desenvolvimento da pesquisa local".

"Como tive a oportunidade de dizer aos membros da poderosa Associação de Agricultores e Criadores do estado do Mato Grosso do Sul em minha recente missão, eles devem começar a pensar no futuro diversificando a mera exportação de 'commodities', dependentes de eventos climáticos, de demanda e de flutuações de preços, com investimentos em uma indústria de transformação que é muito limitada. A Itália é o parceiro ideal neste setor", acrescentou o embaixador.

E, segundo o presidente da Italcam de São Paulo, Graziano Messana, as oportunidades de colaboração "também estão destinadas a crescer dada a rápida evolução do setor”. “Basta considerar que o PIB agrícola brasileiro em 2022 atingiu a cifra impressionante de US$ 500 bilhões, o equivalente ao PIB total de países como Argentina ou Egito, e uma safra total de mais de 300 milhões de toneladas", disse.

Para se ter uma ideia da velocidade do desenvolvimento, basta considerar que, entre 2002 e 2022, o PIB agrícola do gigante verde-amarelo saltou de US$ 122 para 500 bilhões, com o Brasil se tornando o primeiro produtor e exportador de soja do mundo, batendo os Estados Unidos. “Um crescimento baseado em um mix de tecnologia e investimentos em pesquisa e políticas públicas”, ressalta Messana.

Por outro lado, o país, que já obtém 84% de sua energia de fontes renováveis, “caminha para a produção de carbono zero a 360 graus”, como destacou a diretora do setor de Cadeias Produtivas e Indicações Geográficas do Ministério da Agricultura, Fabiana Villa Alves, que destaca em especial a importância do uso da inteligência artificial, “capaz de desencadear um salto gigantesco de qualidade”, bem como “blockchain e análise de dados”. (ANSA)

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