Economia

Lula acusa UE de 'agressividade', mas se diz otimista com acordo

Lula durante viagem a Bruxelas, na Bélgica, sede da União Europeia

Redazione Ansa

(ANSA) - O presidente Luiz Inácio Lula de Silva chamou nesta quarta-feira (19) de "agressivas" as exigências ambientais feitas pela União Europeia ao Mercosul, mas mostrou otimismo sobre a possibilidade de concluir o acordo ainda neste ano.

Após a cúpula entre UE e Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) em Bruxelas, o mandatário concedeu uma coletiva de imprensa antes de iniciar sua viagem de volta ao Brasil e prometeu entregar a resposta ao documento adicional da Europa nas próximas semanas.

"A Europa tinha feito uma carta agressiva. A carta que a Europa fez para o Mercosul ameaçava com punição se a gente não cumprisse determinados requisitos ambientais. E a gente disse para a União Europeia que dois parceiros estratégicos não discutem com ameaças, a gente discute com propostas", afirmou Lula em Bruxelas.

"Nós fizemos a resposta brasileira, que está sendo discutida com os quatro países [do Mercosul], e depois nós vamos, daqui a duas ou três semanas, entregar definitivamente a proposta para a União Europeia", acrescentou.

Lula ainda reiterou que o Mercosul "não aceita" a carta adicional sobre meio ambiente da UE e disse estar confiante de que o bloco europeu vai "concordar tranquilamente" com a contraproposta dos sul-americanos.

"A carta adicional da União Europeia foi possivelmente alguém querendo achar que, fazendo pressão, a gente iria ceder. Não, a gente não vai ceder", assegurou.

O presidente também voltou a criticar a hipótese, prevista pelo texto atual do acordo, de empresas da UE participarem de licitações governamentais no Mercosul e vice-versa. Para Lula, as compras do governo são um "instrumento de política industrial soberano de cada país" e ninguém pode "abrir mão".

"Num acordo que tem uma quantidade de itens e interesses, se um item não for possível ser acordado, você faz acordo sobre o restante das coisas", disse o petista, indicando que não vai recuar nessa questão. "Pela primeira vez, eu estou otimista de que a gente vai concluir esse acordo ainda neste ano", ressalvou. (ANSA)

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