(ANSA) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva elogiou nesta quinta-feira (24) a decisão do Brics de iniciar estudos sobre a adoção de uma moeda de referência para substituir o dólar nas transações comerciais entre os países-membros.
Em coletiva de imprensa antes de deixar a África do Sul com destino a Angola, o mandatário disse que "ninguém quer mudar a unidade monetária" dos integrantes do Brics.
"O que queremos é criar uma moeda que permita que a gente faça negócio sem precisar comprar dólar. Não houve nenhum fórum do mundo que decidiu que o dólar era moeda de referência", declarou Lula, que defende uma proposta análoga também para o Mercosul.
No entanto, o presidente ressaltou que a adoção de uma nova moeda de referência levará tempo. "Nós não queremos pressa porque não é uma coisa simples de fazer. O que fizemos é garantir que a área econômica dos países do Brics estude durante todo este ano para que a gente apresente uma solução na próxima reunião, na Rússia", ressaltou.
Lula ainda definiu a cúpula do grupo como um "alento e uma esperança". "É um momento histórico em que os países do Sul, pela primeira vez, podem fazer valer a força que eles têm. As coisas vão evoluir, vai ficar muito mais fácil conversar", garantiu.
Expansão
A reunião desta semana culminou na formalização dos convites a Arábia Saudita, Argentina, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã para aderir ao Brics, juntando-se a Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
Segundo Lula, apesar da expansão, o nome do grupo deve ser mantido. "É bonito, Brics. A criança já está registrada, virou adulta e não quer mudar de nome", brincou.
Questionado se um bloco com China, Irã e Rússia não será visto como um contraponto ao G7, Lula destacou a "importância geopolítica desses países". "O Irã é um país extremamente importante. Ninguém pode negar a importância mundial da China.
Se tem alguém que tirou proveito da ganância do capitalismo, foi a China", disse o petista, acrescentando que o G7 teve um "papel importante", mas era o "clube dos ricos".
"O nosso é mais humilde porque o nosso não pensa só economicamente, o nosso também pensa politicamente", declarou o presidente, definindo o Brics como uma "realidade inexorável". (ANSA)
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