(ANSA) - O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), lamentou hoje (7) o fracasso das negociações para a criação de uma área de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia e questionou o "protecionismo" do presidente francês Emmanuel Macron.
As declarações foram dadas no discurso de abertura da cúpula dos mandatários do Mercosul no Rio de Janeiro.
"Eu tinha um sonho, que na minha presidência (semestral do Mercosul) e na presidência do companheiro Pedro Sánchez (da Espanha no Conselho Europeu), a gente pudesse concluir o acordo.
Inclusive, tinha feito o convite para Ursula von der Leyen [chefe do Executivo da UE] vir aqui para a gente fazer a conclusão do acordo", disse.
O petista lembrou que neste fim de semana conversou com Macron: "Fiz um apelo com Macron para ele deixar de ser tão protecionista e, de qualquer forma, não deu certo".
O governante progressista falou no começo da cúpula do grupo sul-americano. que ocorre no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro, e marca o fim do mandato dele e o início da gestão do presidente paraguaio Santiago Peña.
O anfitrião da cúpula lembrou que nunca desistiu de alcançar um acordo com os europeus, e que na segunda-feira passada teve uma conversa em Berlim com o primeiro-ministro social-democrata Olaf Scholz.
"O Scholz me disse que ia conversar com Macron para ver se conseguia flexibilizar o coração de Macron, mas ele também não conseguiu", finalizou.
Comunicado
A União Europeia e o Mercosul divulgaram um comunicado conjunto afirmando que “estão engajados em discussões construtivas com vistas a finalizar as questões pendentes no âmbito do Acordo de Associação”.
“Nos últimos meses, registraram-se avanços consideráveis. As negociações prosseguem com a ambição de concluir o processo e alcançar um acordo que seja mutuamente benéfico para ambas as regiões e que atenda às demandas e aspirações das respectivas sociedades”, diz o texto.
A nota diz ainda que, com base nos avanços efetuados até a presente data nas negociações, “ambas as partes esperam alcançar rapidamente um acordo que corresponda à natureza estratégica dos laços que as vinculam e à contribuição crucial que podem oferecer para enfrentar os desafios globais em áreas como o desenvolvimento sustentável, a redução das desigualdades e o multilateralismo”. (ANSA).