(ANSA) - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira (29), no G20 das Finanças, em São Paulo, que a tributação dos super-ricos é a "chave para resolver muitos dos desafios" da atualidade.
Participando presencialmente do segundo dia da cúpula após ter testado negativo para a Covid-19, Haddad destacou que, "apesar de avanços recentes", é um "fato inquestionável que os bilionários do mundo continuam evadindo nossos sistemas tributários por meio de uma série de estratégias".
"Começaremos hoje com um tema que talvez seja chave para resolver muitos dos desafios que enfrentamos. Falo da tributação internacional justa e progressiva", disse.
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva colocou a taxação dos chamados super-ricos como um dos principais temas da agenda do G20 das Finanças em São Paulo, a ponto de Haddad defender a aprovação de uma "declaração sobre tributação internacional" até a reunião ministerial do grupo prevista para julho.
"Consultaremos todos os membros e trabalharemos em conjunto para termos um documento equilibrado, porém ambicioso e que reflita nossas legítimas aspirações", acrescentou.
Segundo Haddad, é preciso "diminuir as oportunidades para que um pequeno número de bilionários continue tirando proveito de buracos em nossos sistemas tributários para não pagar sua justa contribuição" à sociedade.
"Os bilionários pagam uma alíquota efetiva de impostos equivalente a entre zero e meio por cento de sua riqueza. Colegas, eu sinceramente me pergunto como nós, ministros da Fazenda do G20, permitimos que uma situação como essa continue", declarou Haddad.
O petista reconheceu a existência de "diferentes visões" sobre o assunto no grupo, mas salientou que a "tributação da riqueza deveria constituir um pilar da agenda de cooperação internacional" em tema de impostos.
Além disso, o ministro afirmou que o G20 "não pode ignorar" a resolução 78/230 aprovada pela Assembleia Geral das Nações Unidas no fim do ano passado, que, segundo ele, abre "uma nova avenida para a tributação internacional".
Entre outras coisas, o texto fala em criar medidas para tributar "receitas derivadas da prestação de serviços transfronteiriços em uma economia cada vez mais digitalizada e globalizada", em referência às multinacionais. (ANSA)
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