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ANSA-Entrevista/'Projetos de IA no Brasil ajudam sustentabilidade'

'É um país de grandes potencialidades', diz CEO da Engineering

Maximo Ibarra, CEO da empresa italiana Engineering, fala sobre projetos de IA no Brasil, onde o grupo está montando seu 'centro de excelência' em tecnologias de vanguarda

Redazione Ansa

(ANSA) - A inteligência artificial (IA) a serviço da sustentabilidade ambiental, da eficiência energética e da segurança das infraestruturas, mas também da proteção dos trabalhadores. São muitas as áreas de aplicação dos projetos em que a Engineering atua no Brasil, onde a empresa tecnológica italiana, com faturamento de 1,6 bilhão de euros em 2022 e 70 sedes no mundo, está estabelecendo seu "centro de excelência" em tecnologias de vanguarda.

Fundada em 2008, com um núcleo de 10 pessoas, hoje a filial no país sul-americano conta com mais de mil profissionais, com idade média entre 30 e 35 anos, escritórios em São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte e gigantes econômicos do calibre de Petrobras, TIM, Sabesp e Vale entre seus mais de 150 clientes, com um faturamento de R$ 300 milhões (cerca de 57 milhões de euros).

E as perspectivas de crescimento ainda são amplas, como explica o CEO Maximo Ibarra, há um ano e meio à frente do grupo e que, em entrevista à ANSA durante visita a São Paulo, convida a olhar para a IA como um "excelente copiloto", um setor que certamente precisa de "regulamentação", mas que pode "impulsionar" mudanças importantes e positivas na sociedade.

Justamente no Brasil, explica o executivo, a equipe liderada por Filippo Di Cesare desenvolve projetos interessantes que usam a inteligência artificial como ferramenta para melhorar a eficiência e as condições de trabalho. "Estamos investindo para ajudar diversas grandes empresas hídricas a atingir os indicadores de desempenho definidos pela nova Lei de Águas, melhorando a eficiência e diminuindo as perdas. No setor metalúrgico e de mineração, contribuímos para a melhoria das condições de segurança do trabalho com a introdução de veículos autônomos", disse.

No país sul-americano, a Engineering - considerada uma das mais importantes empresas de TI, segundo o Anuário Informática - estuda cerca de 80 projetos. No setor de energia, sobretudo as fontes renováveis, a empresa aposta no uso da IA para otimizar as fontes de abastecimento. E no mundo agroalimentar, "para entender o estado de desgaste dos solos ou para fazer previsões sobre as necessidades de fertilizantes".

O mesmo vale para os transportes, aponta Ibarra, com o monitoramento de pontes e viadutos, "para entender a situação de desgaste ou risco". Ou ainda, na manufatura, "para explorar de forma eficiente todas as fases do processo".

Mas se a taxa média de crescimento estimada para o Brasil é de 5% ao ano, em linha com a italiana, as expectativas são ainda mais otimistas. "O tamanho da população, o percentual de jovens e o uso do digital fazem com que o mercado, que conta com 18 mil startups, seja efervescente", observa o CEO, lembrando que o país abriga cerca de 20 unicórnios, 60% de toda a América Latina, e onde somente o estado de São Paulo investiu mais de US$ 1,22 bilhão em pesquisa e desenvolvimento na última década.

Um panorama "que oferece oportunidades muito interessantes", tendo em conta que existem 150 unicórnios em toda a Europa, com o Reino Unido na liderança (44), seguido da Alemanha (29) e da França (25), enquanto a Itália conta com apenas dois, Scalapay e Satispay. Ibarra justifica essa diferença italiana com "um atraso no venture capital que só agora começa a ser preenchido". (ANSA)

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