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Stellantis anuncia chegada de híbridos flex no Brasil para 2024

Plataforma 'Bio-Hybrid' une eletrificação e etanol

Antonio Filosa apresenta programa Bio-Hybrid em Betim (foto: divulgação)

Redazione Ansa

(ANSA) - Por Lucas Rizzi - O grupo automotivo Stellantis, dono de marcas como Fiat, Jeep, Citroën e Peugeot, anunciou sua estratégia para unir eletrificação e etanol no Brasil e confirmou que pretende lançar seus primeiros automóveis flex híbridos de produção nacional já em 2024.

As novas tecnologias apresentadas pela empresa foram batizadas como "Bio-Hybrid" e são resultado do programa Bio-Electro, criado pela Stellantis para desenvolver soluções de eletrificação próprias para o mercado brasileiro, em parceria com universidades e startups.

"A solução que acreditamos ser a mais competitiva e disponível, e que os números confirmam estar entre as melhores para descarbonização, é a combinação de eletrificação com etanol", afirmou o presidente do grupo para a América do Sul, Antonio Filosa, ao apresentar o projeto para a imprensa na fábrica de Betim (MG).

"E vamos fazer isso localizando as tecnologias, criando mais riqueza para o Brasil", prometeu. Muitos países têm apostado por incentivar veículos 100% elétricos, mas a Stellantis acredita que as características do Brasil, como a ampla disseminação do etanol, combustível menos poluente que a gasolina, e a energia de fonte majoritariamente limpa, favorecem os híbridos.

"A combinação do etanol com a eletrificação de diversos níveis precisa ser sustentável e acessível. Pelo fato de a gente ter uma grande ajuda do etanol na descarbonização, a gente não precisa fazer esse salto de forma disruptiva", explicou João Irineu Medeiros, vice-presidente de assuntos regulatórios da Stellantis na América do Sul.

Ao todo, o grupo desenvolveu no Brasil três soluções com diferentes graus de eletrificação, começando pelo sistema Bio-Hybrid, que conta com uma bateria adicional de íon-lítio para realizar a partida do motor a etanol ou flex, etapa que, ao lado dos dois primeiros minutos de uso, responde por 80% das emissões do automóvel, e fornecer torque adicional em arrancadas.

Já a Bio-Hybrid e-DCT oferece dois motores elétricos, sendo um deles acoplado à caixa de câmbio, bem como uma gestão eletrônica que controla a operação entre os modos térmico, elétrico e híbrido.

Por fim, o Bio-Hybrid Plug-in traz uma bateria que pode ser alimentada pelo sistema de regeneração nas desacelerações, pelo motor térmico ou por recarga externa. Além disso, conta com um motor elétrico ligado ao eixo traseiro, entregando potência diretamente para as rodas.

As três tecnologias já estão em fase de testes, e os primeiros carros equipados com esses sistemas chegarão ao mercado em 2024.

"Nós temos tudo pronto, então vamos ver para onde o mercado vai, e seis meses antes a gente decide", disse Filosa ao ser questionado pela ANSA sobre qual modelo será lançado primeiro.

A meta do grupo é que os automóveis Bio-Hybrid representem 60% das vendas no Brasil em 2030. Outros 20% virão dos BEVs, elétricos puros que, neste momento, continuarão sendo importados, mas a Stellantis já prevê iniciar sua produção no Brasil "em um futuro não tão longe assim".

Ainda não está sacramentado, mas é provável que a fabricação dos veículos Bio-Hybrid em território brasileiro comece pelas marcas Fiat e Jeep, que, segundo Filosa, "têm escala e remuneram mais rápido que as outras", mas todas as montadoras do grupo terão acesso às mesmas tecnologias.

O presidente da Stellantis na América do Sul ainda não fala em preços, porém garante que o acréscimo em relação aos modelos a combustão será muito menor que o de um carro puramente elétrico. (ANSA)

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