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Corpo de Bombeiros em Santiago é tradição italiana no Chile

Local reúne voluntários com laços sanguíneos com a Itália

Corpo de bombeiros no Chile reúne voluntários

Redazione Ansa

(ANSA) - Um Corpo de Bombeiros em Santiago reúne voluntários que tenham laços sanguíneos com a Itália para manter viva a tradição italiana dos "vigili del fuoco" na capital do Chile.

"O que nos distingue é a paixão", definiu à ANSA Felipe Bacciarini, diretor do "Pompa Italia", Corpo de Bombeiros de Santiago, no Chile.

A entrevista de Bacciarini com a agência italiana ocorreu depois dele ter contribuído para extinguir os incêndios florestais que devastaram várias regiões do sul do país nas últimas semanas e causaram a morte de 26 pessoas. Ao todo, mais de 450 mil hectares de florestas foram queimados.

Localizado no coração de Santiago, na rua da República, a 10 quarteirões do palácio presidencial de La Moneda, o quartel ostenta em sua entrada o primeiro carro com bomba a vapor - todo verde -, que funcionou até 1923.

A brigada "Pompa Italia" nasceu alguns anos antes, em 3 de julho de 1914, seguindo uma tradição inaugurada em 1858, a Pompa Cristoforo Colombo, do porto de Valparaiso, primeira companhia de "vigili del fuoco" fundada por imigrantes na América.

O responsável foi Ricardo Federici Borro, filho de pais italianos, que, por puro amor à pátria, desde a infância, ansiava pela existência de uma unidade de bombeiros da Itália na capital chilena.

"Para entrar no Pompa Itália é preciso ter um laço de sangue com a Itália, é requisito essencial que não pode ser negociado. Todos, sem distinção, cumprem e isso se manteve nesses quase 109 anos de existência", destacou o Bacciarini, mostrando a primeira bandeira do quartel, com o emblema da Casa de Saboia.

O diretor do quartel lembrou ainda os mártires do Corpo de Bombeiros e também o italiano German Tenderini, primeiro mártir dos bombeiros da capital Santiago, falecido em 1870 apagando o incêndio no Teatro Municipal. "Uma rua ao lado do Teatro ainda leva seu nome", lembra Bacciarini.

"Os mártires são um exemplo para nós, são eles que mais fielmente representam a crença dos bombeiros de dar tudo por nada", acrescentou o bisneto de italianos, cujo bisavô saiu da Lombardia e chegou ao Chile no final do século 20.

Segundo Bacciarini, todo "o serviço é 100% voluntário" e os bombeiros fazem "outra coisa para viver". "Todos dedicamos parte do nosso tempo a esse compromisso que nos enche a alma", concluiu.

O "Pompa Itália" é o resultado de uma refundação e nasceu do espírito da comunidade italiana como forma de agradecer a acolhida que os bombeiros e seus pais receberam. Entre os marcos em mais de um século de história, Bacciarini citou a participação na Primeira e na Segunda Guerra Mundial. (ANSA).
   

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