(ANSA) - O primeiro-ministro da Itália, Mario Draghi, telefonou nesta sexta-feira (7) para o presidente da Federação Italiana de Futebol (Figc), Gabriele Gravina, e fez um "convite à reflexão" sobre o andamento dos campeonatos nacionais por conta da explosão de casos de Covid-19 no país, informam fontes do governo.
Na conversa, o premiê sugeriu paralisar as competições ou jogar de portões fechados para conter o avanço da doença e alertou que "todos têm responsabilidades" nesse momento crítico.
O telefonema surge em um momento de grande pressão tanto de clubes como de autoridades sanitárias contra os times italianos.
Seja na elite, com times que foram impedidos de viajar por vivenciarem um surto de casos, ou nas séries inferiores - com a Série C suspendendo rodadas inteiras por conta da quantidade de infectados -, o futebol é um reflexo da situação epidemiológica na Itália e tem uma explosão de contágios.
Até por conta disso, está marcada uma reunião entre dirigentes, governo de Roma e autoridades sanitárias para a próxima quarta-feira (12).
Porém, a Lega Serie A, que administra a primeira divisão, se mantém firme na decisão de manter os jogos conforme eles estão agendados. Também nesta sexta-feira, a organização divulgou uma nota em que reforça sua posição.
"A Lega Serie A, ao fim de sua assembleia ordinária, ressalta com firmeza a confiança de que pode seguir o desenvolvimento das próprias competições (Serie A TIM, Copa Itália Frecciarossa e Supercopa Frecciarossa) como programado, graças à aplicação do regulamento organizacional aprovado ontem pelo conselho da Liga", diz o comunicado em seu site.
O texto refere-se ao novo protocolo divulgado nesta quinta-feira (6) que, entre outros pontos, obriga um time a entrar em campo se tiver 13 jogadores adultos - incluindo um goleiro - disponíveis. Ou seja, o time titular mais dois reservas. Caso o clube não se apresente, será aplicado W.O. de 3 a 0 para o time adversário.
No entanto, o documento não cita um dos principais pontos da crise sanitária: quando as agências de saúde local impedem que um clube dispute uma partida.
Isso aconteceu com o Torino e a Udinese, que foram impedidos de viajar para enfrentar, respectivamente, Atalanta e Fiorentina.
Já no caso de Bologna e Inter de Milão, a Agência Sanitária Local (ASL) de Bolonha impediu a realização da partida na cidade.
O encontro do dia 12 deve debater essa questão, já que os dirigentes italianos criticam o fato de que cada agência de saúde ter uma regulamentação de acordo com as regras de cada cidade. Conforme a nota, a Lega Serie A quer discutir "de maneira clara" para conseguir "assegurar uma gestão uniforme da gestão da Covid-19 nas equipes".
Atualmente, a Itália vive uma alta exponencial de infecções pela variante Ômicron, batendo recordes quase diários. A média nacional de contágios está em cerca de 136 mil por dia; já as mortes estão em 185 por dia. (ANSA).