(ANSA) - por Renan Tanandone - A cidade de Pequim recebe a partir de 4 de fevereiro os Jogos Olímpicos de Inverno, segundo megaevento esportivo realizado durante a pandemia de Covid-19.
Assim como as Olimpíadas de Tóquio, a China adotará rígidas medidas sanitárias para evitar a disseminação do novo coronavírus, mas com a preocupação adicional com a variante Ômicron, mais contagiosa que todas as suas predecessoras.
Com 15 disciplinas e 109 provas, os Jogos de 2022 devem reunir por volta de 3 mil competidores de todas as partes do mundo, incluindo do Brasil, que será representado por 11 atletas.
Em virtude da alta quantidade de estrangeiros que receberá durante as Olimpíadas, a China endureceu ainda mais as medidas anti-Covid e, assim como Tóquio, criou um sistema de "bolha" para tentar evitar surtos da doença. Ainda assim, o governo local reconhece que o risco de contaminação pelo novo coronavírus durante o evento é "muito alto".
Em meados de janeiro, Pequim reportou seu primeiro caso de transmissão local da variante Ômicron, colocando em xeque a abordagem "Covid zero" promovida pelo governo chinês.
Além disso, o comitê organizador dos Jogos já informou que mais de 100 pessoas envolvidas no megaevento testaram positivo para Covid-19, a maioria delas ao desembarcar na China.
Para controlar os casos, Pequim estabeleceu uma espécie de "bolha" sanitária que engloba hotéis, instalações esportivas e serviços de transporte, mantendo os participantes das Olimpíadas isolados da população.
Atletas totalmente vacinados contra a Covid entrarão no circuito sem necessidade de quarentena, enquanto aqueles que não completaram o ciclo vacinal precisam enfrentar três semanas de isolamento. Estão previstas isenções médicas em alguns casos especiais.
Os competidores passarão por exames diariamente, e os que testarem positivo não poderão seguir nos Jogos - os sintomáticos serão encaminhados para hospitais previamente designados em Pequim e Zhangjiakou.
"Certamente haverá infecções, e é possível que ocorra um surto em pequena escala. O evento apresenta um risco de transmissão muito alto", declarou Huang Chun, responsável por controlar a disseminação da Covid-19 durante as Olimpíadas.
Em relação à torcida, a China já tinha vetado a presença de espectadores estrangeiros por causa da pandemia, mas a chegada da Ômicron fez o governo proibir também a venda de ingressos ao público local - apenas convidados serão admitidos nas arquibancadas.
As Olimpíadas de Inverno acontecem entre os dias 4 e 20 de fevereiro, enquanto as Paralimpíadas serão realizadas entre 4 e 13 de março. (ANSA).