(ANSA) - A Associação Ucraniana de Futebol (UAF) suspendeu a disputa da principal divisão do país em virtude do ataque lançado pela Rússia na madrugada desta quinta-feira (24). Além disso, alguns jogadores brasileiros, que estão em um hotel em Kiev, pediram ajuda para deixar a nação.
O Campeonato Russo deveria ser retomado amanhã (24) no Estádio Avanhard, em Uzhhorod, palco da partida entre Mynai e Zorya. A equipe de Luhansk, que ocupa a quarta colocação do torneio, tem três atletas brasileiros no elenco.
"Devido à imposição da lei marcial na Ucrânia, o campeonato ucraniano foi suspenso", anunciou a UAF.
Nas redes sociais, um vídeo gravado por jogadores brasileiros pedindo socorro à embaixada do país viralizou. Um dos membros do grupo é Junior Moraes, do Shakhtar Donetsk, que afirmou que todos estão se sentindo "abandonados".
Além do ex-jogador do Santos, que é naturalizado ucraniano, cerca de 20 brasileiros estão no mesmo hotel. Junior Moraes afirmou que a falta de gasolina, principalmente em função da fuga de milhares de pessoas, deixaram eles presos na cidade.
"Estamos aqui reunidos com nossas famílias, hospedados em um hotel. Eu espero que a embaixada brasileira consiga nos ajudar, pois nos sentimos abandonados, porque não sabemos o que fazer", pediu o jogador.
O técnico Roberto De Zerbi, do Shakhtar Donetsk, e sua equipe de oito italianos também estão presos no hotel em Kiev. A invasão russa da Ucrânia causou o fechamento do aeroporto e impediu que o grupo voltasse para a Itália.
"Estou no meu quarto, é um dia ruim. Todos nós fomos acordados pelas explosões na última noite e vimos das janelas do hotel filas e mais filas de carros em movimento. A Embaixada da Itália nos pediu para sair, mas, repito, sou um esportista, não podia dar as costas ao clube, ao futebol e ir assim. No final, fecharam o espaço aéreo e estamos aqui, mas acho que pelo menos por enquanto não estejamos em risco", comentou De Zerbi.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, ordenou nesta madrugada (24) um ataque contra a Ucrânia e explosões foram registradas em várias cidades fora das áreas separatistas do Donbass. O momento é o mais grave da intensa crise que atinge as duas nações desde 2014. (ANSA).